A segunda audiência da ANTT sobre o projeto ferroviário do governo, relativo ao corredor logístico Fico/Fiol, que prevê a implantação de cerca de 2,7 mil quilômetros de extensão de trilhos, cruzando os estados da Bahia, Tocantins, Goiás e Mato Grosso, realizado nesta quarta-feira (12), em Salvador, foi um momento importante para o conhecimento do projeto e para o levantamento de algumas questões fundamentais para sua consecução.
A apresentação do projeto pela ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestres foi importante, pois esclareceu questões relacionadas ao trajeto dos trechos ferroviários que estão assim distribuídos:
Fico 1 – ligando Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT) – em construção em modelo de investimento cruzado;
Fiol 2 – ligando Caetité (BA) a Barreiras (BA) – em construção pelo poder público;
Fiol 3 – ligando Correntina (BA) a Mara Rosa (GO), que deverá ser construída pela concessionária vencedora do edital de acordo com gatilhos de investimentos.
A audiência levantou também preocupações com relação ao projeto, especialmente no relacionado ao Porto Sul, localizado em Ilhéus, que será o ponto de chegada das cargas e está com as obras paralisadas. A Bamin Mineração, concessionária do porto e do trecho 1 da Fiol está com problemas financeiros em com vários grupos interessados em sua compra, como a Vale (Veja aqui ) e a Brazil Iron (veja aqui).
Uma grande delegação de representante de Ilhéus esteve presente à audiência e manifestou sua preocupação com o fato da mineradora Vale, uma das interessadas na compra da Bamin, ter levantado a hipótese de escoar o minério através dos portos do Espírito Santo. A delegação, que tinha representantes de diversas áreas, inclusive ambiental e indígena, levantou outras questões pontuais, mas foi unânime em afirmar que a imediata retomada das obras do Porto Sul é fundamental para a região.
Presente a audiência pública, o deputado estadual Eduardo Salles afirmou que se existe um problema com a Bamin, é fundamental que seja esclarecido e solucionado.
“Seguiremos acompanhando pela Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa para garantir que esse projeto seja completamente efetivado. A FIOL e o Porto Sul são fundamentais para o futuro da Bahia, e não aceitaremos retrocessos!”, disse o deputado.
O valor total do projeto está estimado em R$ 29 bilhões ao longo de 12 anos e o estudo da ANTT mostrou que existe carga para garantir sua viabilidade.
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