Construir com clareza o propósito de uma empresa, de um município, de um Estado ou do País tornou-se uma poderosa alavanca para os líderes verdadeiramente inspiradores.
O verdadeiro líder que o momento exige não é necessariamente quem tem gente atrás de si, mas quem tem gente em torno de si. Esse é o perfil do líder inspirador, que constrói em conjunto com sua equipe o propósito da empresa ou de uma comunidade, em vez de simplesmente comandá-la.
Uma espécie de marco zero do papel do líder é a capacidade de construir um propósito comum, em vez de apenas oferecer empregos, tarefas ou metas. Esse tipo de líder fornece aos membros da sua equipe aquilo que mais desejam: significado para suas vidas, uma causa, uma razão de existência. As pessoas estão dispostas a dar o melhor de si e até a fazer sacrifícios, desde que se identifiquem com uma causa, um porquê para o seu cotidiano.
A Bahia se ressente da falta de um projeto para o Estado, capaz de unir as diferentes correntes em torno de algo maior, que faça convergir e seja superior às ideologias que atualmente disputam a falsa primazia de uma única visão de mundo. O mesmo acontece no Brasil, que carece de um senso de propósito para o País.
Uma simples reflexão sobre uma breve pergunta poderá esclarecer o “Poder do Propósito”: você prefere trabalhar numa empresa que fabrica e vende alimentos ou numa empresa que tem como propósito “propiciar bem estar e saúde para os que confiam na sua marca”?
Propósito não é sinônimo de produto ou serviço. Tampouco é apenas um objetivo desejado – por exemplo, “ser líder de mercado”. Esse enunciado é uma meta e não um propósito. Propósito tem a ver com a razão de existência de um negócio, aquilo que transcende o dia a dia, a tarefa, as metas. Propósito não é “O Que” e, sim, “O Porque”!
Se construir e definir com clareza o propósito é uma poderosa alavanca para o sucesso de uma empresa, fundamental é a convergência da razão de existência da empresa com o propósito de vida do próprio líder e dos membros da sua equipe. Nesse encaixe entre o propósito organizacional e o individual talvez resida uma das chaves do sucesso no mundo empresarial.
A clareza sobre o Propósito precede o alinhamento sobre os demais pilares da arquitetura de um negócio:
– o posicionamento no mercado
– os nichos de clientes que a empresa se propõe a servir
– os resultados desejados tanto quantitativos (Faturamento, Rentabilidade, Retorno sobre o Investimento e Geração Líquida de Caixa) quanto qualitativos (Imagem, Satisfação dos Clientes e Clima Organizacional)
– a cultura e valores a serem praticados
– a estrutura, equipes e papéis
– as prioridades a serem perseguidas e executadas.
A escassez de líderes competentes e inspiradores é um dos maiores desafios que nos aflige. No mundo empresarial, a sobrevivência e a sustentabilidade dos negócios será diretamente proporcional à sua capacidade de desenvolver líderes diferenciados capazes de conceber e executar suas estratégias. Líderes eficazes, não apenas gerentes eficientes. Líderes capazes de construir de forma compartilhada com os acionistas, dirigentes e gestores o propósito da empresa e oferecer um significado que dignifique o trabalho dos seus colaboradores.
No caso das empresas, como o Propósito significa a “Razão de Ser” do empreendimento, talvez seja mais apropriado, em vez de CEO (Chief Executive Office), passarmos a chamar o presidente de uma empresa de CPO – Chief Purpose Officer.
César Souza, consultor e conselheiro de empresas, é o Presidente do Grupo Empreenda
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