Num ranking de 64 países, a economia brasileira ficou em 20º lugar em relação ao crescimento do ano passado, que fechou em 3,4%, segundo dados do IBGE divulgado nesta manhã. O crescimento do Brasil superou outras nações emergentes com as quais o país disputa investimentos internacionais como Coreia do Sul (que cresceu 2,1% no ano passado e ficou em 34º lugar no ranking) e Tailândia (crescimento de 2,5% e 29º lugar no levantamento).
— O desempenho do Brasil ficou à frente de economias relevantes como a dos Estados Unidos (2,8%) e Espanha (3,3%) e mais próximo de seus pares emergentes, com os quais disputa investimentos. Historicamente, o crescimento brasileiro tem ficado abaixo dos seus pares emergentes e, nesse sentido, o país não decepcionou no ano passado — diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, agência de classificação de risco, que elabora o ranking dos maiores PIBs.
Considerando o PIB em dólares, o Brasil fechou 2024 na décima posição entre as maiores economias do mundo, com US$ 2,1 trilhões. Em primeiro lugar, estão os Estados Unidos, com PIB de US$ 29,1 trilhões, seguido da China com US$ 18,2 trilhões e em terceiro a Alemanha, com US$ 4,7 trilhões.
O Japão está em quinto (US$ 4 trilhões), seguido de Índia (US$ 3,8 trilhões), Reino Unido (US$ 3,5 trilhões), França (US$ 3,1 trilhões), Itália (U$ 2,3 trilhões), e Canadá (US$ 2,2 trilhões), de acordo com levantamento feito pela Austin Rating. Agostini observa entretanto que o crescimento de 3,4% está acima do chamado PIB potencial brasileiro, que é o crescimento sustentável sem pressionar a inflação. Analistas estimam que o PIB potencial brasileiro atualmente estaria próximo de 2,5%. Portanto, o país vem crescendo acima desse patamar desde 2022.
— E nesse momento, a conta chegou. Ou seja, temos uma inflação em alta persistente e acima da meta. O Banco Central tem que desaquecer a economia elevando juros, já que esse crescimento não é sustentável. É preciso mudar o plano de voo da política econômica — explica Agostini. Ele observa que enquanto países asiáticos fazem planejamentos de 30 anos, 50 anos, para buscar crescimento sustentável, no Brasil o horizonte é de quatro anos, quando há troca de governo. — Os asiáticos, como China , Taiwan, Coreia do Sul fazem caixa e realizam os investimentos nas áreas em que querem crescer. Aqui, o planejamento da política econômica se encerra com o ciclo eleitoral — afirma Agostini.
Ranking das economias que mais cresceram em 2024
1) Macau 9,8%
2) Tadjiquistão 8,3%
3) Vietnã 7,1%
4) Índia 6,5%
5) Armênia 6,3%
6) Malta 6,0%
7) Mongólia 5,9%
8) Filipinas 5,6%
9) Malásia 5,1%
10) Indonésia 5,0%
20) BRASIL 3,4%
Fonte: Austin Rating // O Globo
Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo