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TRUMP NÃO É HITLER OU COMO ENFRENTAR UM VALENTÃO

Redação - 10/02/2025 08:00 - Atualizado 10/02/2025

Donald Trump não é Hitler e está muito longe de sê-lo. O famigerado Adolf Hitler que matou milhões de pessoas e destruiu famílias e nações mundo afora era um homem histriônico, mas não dizia bravatas, tinha um projeto perverso de poder, detalhado no livro Mein Kampf, e tentou sem sucesso implantar suas idéias escabrosas através da guerra total.

Donald Trump, pelo contrário, é apenas um valentão. Construiu sua carreira política com base em uma postura agressiva, utilizando bravatas e ameaças como ferramentas de negociação e intimidação. Fez isso à luz da psicologia dos valentões: ataca os mais fracos, mas recua diante dos fortes.

A psicologia dos valentões (ou bullies) tem conjunto de traços previsíveis, como a agressividade verbal e física seletiva – intimidam aqueles que percebem como mais fracos, mas evitam confrontos reais com adversários à altura; ou o usam bravatas e ameaças, com declarações bombásticas para criar a impressão de força, mas frequentemente recuam quando encontram resistência.

Trump exemplifica todas essas características. Seu estilo de negociação se baseia na ideia de intimidar adversários para assim os levar a ceder, mas ele frequentemente recua quando enfrenta resistência firme.

Essa vem sendo a dinâmica do seu governo.  E mais:  líderes que enfrentaram melhor  Trump foram os que não entraram no jogo emocional de suas bravatas e, ao invés disso, adotaram estratégias racionais e bem planejadas.

Quando Trump atacou países fracos como a Colômbia e o Panamá e teve respostas emocionais de líderes ele se saiu bem. Mas quando ameaçou  México e Canadá recebeu de volta uma ação racional que fez o valentão recuar em troca de um “doce”.

No primeiro governo, Trump prometeu que o México ia pagar pelo muro que ele ia construir, ameaçou encerrar o NAFTA e impôs tarifas como forma de pressão. A reação do governo mexicano foi firme: demonstrou disposição para negociar, mas sem ceder à pressão direta. No final, o México não pagou pelo muro, o NAFTA foi renegociado de forma relativamente equilibrada  e as ameaças tarifárias não se concretizaram de maneira duradoura, como agora também não se concretizaram.

Com a China a história é outra. O valentão tem medo da reação do gigante asiático, que é tão grande quanto ele, e  a bravata de que imporia tarifas de até 60% aos produtos chineses, encolheu para 10%. Ainda assim, a China respondeu impondo tarifas retaliatórias e fortalecendo alianças comerciais, Trump já começa a recuar.

É a dinâmica do valentão, que começa a briga apostando na submissão do adversário, mas quando percebe que ele não cede, passa a buscar acordos. E então, como enfrentar o valentão Trump?  Mais ou menos assim:

  • Não demonstrar medo – Valentões prosperam quando sentem que sua intimidação funciona. Resistir às ameaças e manter uma postura firme é essencial.
  • Responder com força proporcional – Ações concretas, como tarifas retaliatórias ou alianças estratégicas, fazem com que a intimidação perca eficácia.
  • Manter a coerência e a paciência – Valentões esperam reações emocionais que os favoreçam. Respostas calculadas e consistentes os deixam sem margem de manobra.

Além disso, vale sempre lembrar: Trump não quer a guerra, nem será capaz de enfrentar uma, por um motivo simples: esse valentão não quer o poder total, como Hitler queria, que apenas dinheiro, aumentar ainda mais sua riqueza. (EP – 10/02/2025)

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