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BRASIL REGISTRA UM DOS MAIORES DÉFICITS NOMINAIS DO MUNDO; ENTENDA O IMPACTO NAS DÍVIDAS PÚBLICAS

Bruna Carvalho - 15/01/2025 09:59

Um estudo do banco BTG Pactual revelou que o Brasil terá um dos maiores déficits nominais do mundo em 2024 e 2025, o que deve intensificar o aumento da dívida pública nos próximos anos.

Segundo informações do G1, os déficits em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) estão projetados em 7,8% para 2024 e 8,6% para 2025. Apenas a Bolívia supera o Brasil no ranking. O levantamento, que abrange economias desenvolvidas e emergentes, aponta que o déficit brasileiro será pior que a média global calculada.

Fabio Serrano, economista do BTG Pactual, explica que os números refletem o impacto do endividamento pós-pandemia. “A situação não é exclusiva do Brasil. Mas, entre os emergentes, temos um dos níveis de endividamento mais altos e um dos déficits nominais mais altos. Isso torna a nossa situação mais desafiadora”, afirmou.

Apesar de o Brasil cumprir as regras fiscais em 2024, a dívida bruta deve continuar subindo, o que pode dificultar investimentos no país, já que os investidores tendem a exigir juros mais elevados. “A perspectiva para a dívida pública é de crescimento contínuo para os próximos anos, devendo atingir 86% do PIB ao final de 2026, um crescimento de 14p.p. ao longo da atual gestão”, destaca o relatório do BTG.

Serrano acrescenta: “Quando a Selic, a taxa básica de juros, sobe, o custo da dívida também aumenta. Então, há uma relação dessas variáveis, o que ajuda a explicar o déficit”.

Outro fator que contribui para o déficit é a desvalorização do real em relação ao dólar, que superou a marca de R$ 6 no final de 2024 e deve permanecer elevada em 2025. O arcabouço fiscal, aprovado em 2023, estabelece que o governo precisa arrecadar mais do que gasta para reduzir a dívida pública e gerar superávit primário.

Para 2025, o cenário permanece incerto. O BTG Pactual projeta que o cumprimento das metas fiscais e do limite de crescimento das despesas dependerá de diversas variáveis.

“Nossa projeção para o resultado primário do governo central de 2025 se encontra em -R$100 bilhões, equivalente a -R$56 bilhões quando excluídas as despesas com precatórios”, aponta o relatório. Além disso, a previsão inclui R$178 bilhões em “receitas incertas”, conforme detalhado na pesquisa.

Foto: Divulgação / Freepik

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