O senador Jaques Wagner começou o ano com a corda toda e, em entrevista ao jornal A Tarde, deu início à campanha para o governo do Estado em 2026.
Wagner foi cirúrgico em suas declarações. Pôs fim a uma discussão sobre qual será a marca do governo Jerônimo Rodrigues e, sem meias palavras, definiu: “Eu acho que inevitavelmente a marca do governador será a educação”.
Para justificar sua posição, o senador do PT cita o fato de Jerônimo ter sido secretário de Educação e da da sua esposa ter sido vice-reitora da Universidade Federal do Recôncavo e, especialmente, a política de construção de escolas novas de tempo integral, iniciadas pelo ex-governador Rui Costa e que tem seguimento com o atual governador. E previu que, ao final do seu governo, Jerônimo terá um volume grande de escolas modernas para apresentar à Bahia, dando o mote de qual será a prioridade do atual governo nos próximos dois anos.
Político experimentado que é, Wagner mirou o ponto certo com o qual o governador Jerônimo Rodrigues pode marcar sua atuação, dando cara ao seu governo, mas não tocou num ponto fundamental que é a qualidade do ensino, já que não basta apenas construir escolas, será necessário mostrar que o desempenho educacional da Bahia melhorou, inclusive em índices como o IDEB que mede a melhoria do ensino.
Além de apontar qual deve ser a marca do governo atual do PT, Wagner definiu a chapa que vai concorrer ao governo do Estado em 2026 e que terá Jerônimo Rodrigues como candidato à reeleição e ele e o ex-governador Rui Costa, chefe da Casa Civil do governo Lula, como candidatos ao Senado Federal.
Vale notar que o senador não deixou qualquer espaço para negociação dessas vagas, lembrando que um chapa com três governadores será muito forte “ porque, segundo ele, são três governos que fizeram a Bahia prosperar e muito, se modernizar e muito, mudando as relações políticas dentro do Estado, entre o Estado e a sociedade, Estado e a imprensa”. E concluiu: “Estou dizendo que acho bem possível uma chapa com esses três. Querendo ou não, é quem representa o Executivo.”
Em relação às alianças, Wagner reiterou a importância delas, lembrou a existência da vaga de vice e disse que vai acomodar todo mundo, eliminando qualquer possibilidade de racha na aliança.
“Vou repetir, não apostem em racha, porque não vai haver. O grupo como um todo, a família como um todo, já tem maturidade suficiente para entender o jogo e a gente vai saber encaixar todas as nossas peças”, disse ele.
O Bahia Econômica já havia alertado que a hipótese de racha é improvável (veja aqui), o que define de antemão que o PSD de Otto Alencar será contemplado com a vaga de vice-governador, mas aí é preciso avaliar se o nome escolhido e as compensações que possam ser elencadas serão suficientes para satisfazer o senador Ângelo Coronel, que postula a reeleição.
De todo modo, fica claro que o Senador Jaques Wagner deu início à campanha para governador da Bahia e se posicionou como porta-voz e líder político do grupo que completará vinte anos governando a Bahia. (EP – 06/01/2024)