terça, 07 de janeiro de 2025
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DÓLAR TEM FORTE QUEDA NESTA SEGUNDA

LUIZA SANTOS - 06/01/2025 19:32

O dólar à vista apresenta uma forte queda frente ao real nesta segunda-feira, influenciado pelo enfraquecimento global da moeda americana. Esse movimento é explicado tanto pela desvalorização do índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra outras moedas, quanto pelo aumento da procura por ativos de risco, especialmente moedas de mercados emergentes. Esse apetite por risco surge da percepção de que o novo governo de Donald Trump pode adotar uma abordagem menos agressiva em relação às tarifas de importação, apesar da negação do próprio presidente eleito.

Por volta das 13h20, o dólar comercial estava em queda de 1,10%, cotado a R$ 6,1119, após atingir a mínima de R$ 6,0927 e a máxima de R$ 6,1538. As maiores quedas frente ao dólar foram observadas em moedas de mercados emergentes, como o peso mexicano e o zloty polonês, que recuaram 1,51% e 1,19%, respectivamente. Esse movimento reforça a tendência global de desvalorização da moeda americana, favorecendo as economias emergentes.

Após um final de ano turbulento para o mercado de câmbio, o início de 2025 tem sido mais tranquilo, embora a liquidez ainda esteja abaixo do habitual. Na manhã de hoje, uma rodada de desancoragem das expectativas de inflação, conforme o relatório Focus, gerou algumas preocupações sobre a possibilidade de um ajuste fiscal menos responsável e uma economia mais desajustada, o que poderia afetar os ativos locais. No entanto, o cenário externo teve mais influência, superando esses receios internos.

Dados mais fortes da atividade econômica na Europa ajudaram a recuperação do euro, que tem grande peso na composição do DXY. Isso contribuiu para a queda do índice global do dólar, beneficiando moedas emergentes. Além disso, uma reportagem do The Washington Post sobre as possíveis tarifas do novo governo Trump gerou um alívio nas tensões globais, impulsionando as bolsas e moedas de mercados emergentes. A reportagem sugeria que o novo governo dos EUA poderia ser mais seletivo nas tarifas, o que foi negado por Trump em suas redes sociais. Após isso, os mercados sofreram uma leve correção, mas logo retomaram a tendência positiva.

Apesar desse cenário mais otimista para o câmbio, analistas permanecem cautelosos quanto à sustentabilidade dessa situação. O banco Wells Fargo alertou que os ativos brasileiros devem enfrentar um período de dificuldades antes de uma possível melhora. Eles acreditam que o aumento das incertezas externas, somado aos riscos internos, eleva o prêmio de risco para os ativos brasileiros, o que exigirá ajustes macroeconômicos e políticos antes de uma recuperação mais sólida.

Foto: Pixabay

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