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ARMANDO AVENA – NOBEL 2024: POR QUE HÁ PAÍSES RICOS E POBRES?

Redação - 17/10/2024 08:57 - Atualizado 17/10/2024

Por que alguns países se tornam desenvolvidos e outros não? A razão está na forma como foram colonizados e nas instituições que criaram. Quem afirma são três economistas, Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson, que ganharam o Prêmio Nobel de Economia em 2024.

Os estudiosos já sabiam que a forma de colonização – extrativista ou de povoamento –, resultou em países mais prósperos e outros mais atrasados, mas esses autores avançaram mostrando que as instituições criadas foram determinantes para a pobreza ou para riqueza. Segundo eles, em alguns países os colonizadores formaram sistemas políticos e econômicos inclusivos visando o benefícios de longo prazo para quem migrasse. Em outros, o sistema econômico e político era extrativo, tinha como único objetivo explorar a população originária e, no curto prazo, extrair os recursos em benefício dos colonizadores.

 Cada tipo de colonialismo levou a formação de um arcabouço de instituições que se perpetuaram e, assim, até hoje nos países pobres essas instituições permanecem não inclusivas e continuam explorando a população em favor de uma elite que captura o Estado.

 Em resumo: naqueles países que eram pobres, não tinham ou não haviam sido descobertos riquezas naturais, os colonizadores introduziram instituições inclusivas, para beneficiar a maior parte da população; já naqueles que eram ricos, que possuíam ouro ou recursos naturais, foram construídas instituições não inclusivas, extrativistas, que visavam enriquecer rapidamente os colonizadores. Resultado: os que eram pobres tornaram-se ricos, os que eram ricos tornaram-se pobres, pois sua riqueza beneficia poucos.

Os países que criaram historicamente instituições extrativistas tendem a mantê-las ao longo do tempo criando um sistema econômico e político que captura o estado em benefício de setores privados específicos. O Brasil é tipicamente um país que não conseguiu fazer a transição para transformar suas instituições extrativas em instituições inclusivas. Até hoje o sistema político se apropria de recursos de todos para beneficiar grupos específicos.

Basta ver o orçamento secreto, que tira dinheiro do povo para beneficiar os políticos e suas estruturas, ou o bilionário fundo eleitoral para ter certeza disso. Mas as instituições extrativas estão em todo o aparato de estado brasileiro, consubstanciadas em renúncias fiscais, isenções, leis e decretos que formam um sistema político-econômico que captura o gasto público em benefício de segmentos privados.

Para avançar na construção de uma sociedade de alta renda, países como o Brasil precisam ampliar a parcela da população que compõem a classe média e para fazer isso não é suficiente o crescimento econômico, é preciso que as instituições ajam no sentido de viabilizar a inclusão. A China é um exemplo de crescimento econômico, que continua com milhões de pessoas vivendo na miséria. Os economistas premiados afirmam também que instituições inclusivas estimulam um maior desenvolvimento de tecnologias e inovação e isso é a chave para tornarem-se economias de alta renda.

             RECORDE DE TURISTAS ESTRANGEIROS

Entre janeiro e setembro de 2024, o número de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil aumentou 12% em relação ao ano anterior. No mês de setembro, 445 mil estrangeiros vieram ao Brasil, 26% a mais que em setembro de 2023, um recorde histórico. Já são quase 5 milhões em 2024.  A Argentina é o principal emissor de turistas, com mais de 1,4 milhão de visitantes desde o início de 2024. Em seguida vem Estados Unidos, Chile e os países europeus –, França, Portugal, Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha. A Bahia tem voos diretos para quase todos esses países e deve bater recorde de turistas estrangeiros em 2024. Cerca de 150 mil argentinos devem vir à Bahia. Números do Ministério do Turismo.

                   TREM LIGANDO SALVADOR A FEIRA

O Ministério dos Transportes, através da A Infra S.A, antiga Valec,  contratou o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental,  para a implantação de um trem de passageiros ligando  Salvador e Feira de Santana. A expectativa é que o estudo fique pronto no início de 2025. A CCR, concessionária do Metrô de Salvador e Lauro de Freitas, quer fazer uma parceria público-privada visando assumir a obra e a operação do trecho. A estimativa de custo é de cerca de R$ 2,6 bilhões e o sistema atenderia 4 milhões de pessoas.  Se for viável, o projeto terá desdobramentos econômicos importantes, vai beneficiar várias cidades e reduzir o fluxo de carros de passeio na BR 324. Vale a pena acompanhar.

Publicado no jornal A Tarde em 17/10/2024

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