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ELEIÇÕES NA BAHIA: A SITUAÇÃO MUDOU POUCO NO CENÁRIO ELEITORAL, MAS HÁ DOIS GRANDES VENCEDORES. 

Redação - 14/10/2024 09:20 - Atualizado 14/10/2024

Em relação às eleições para governador em 2026, a eleição municipal não mudou muito o cenário pré-existente, ou seja, aquele que mostra a oposição saindo vencedora na maioria das cidades grandes e governo ganhando na maioria dos municípios da Bahia.

A base aliada do governador Jerônimo Rodrigues elegeu 309 prefeitos e a oposição, liderada por ACM Neto, 107 deles.  A situação é quase a mesma de 2022 em termos do percentual do eleitorado baiano que será governado pelo governo e pela oposição. A oposição ganhou em 13 das 20 grandes cidades do estado, o que representa 40% do eleitorado baiano e o governo continuou predominando na maioria dos municípios baianos, ou seja, tudo continua como d’antes no quartel de Abrantes. Em termos de quantidade de prefeituras, a base de apoio a Jerônimo se ampliou e, em termos de controle das grandes cidades, o União Brasil, continua em vantagem.

O cenário mudou muito pouco quando se fala em número de eleitores governados por governo e oposição, mas, inquestionavelmente, duas lideranças se destacaram no pleito: o prefeito de Salvador, Bruno Reis, reeleito com grande margem de votos; e o senador Otto Alencar, que está na base aliada do governador, e cujo partido, o PSD, fez o maior número de prefeitos no Estado. O PSD ficou ainda mais poderoso politicamente fazendo quase o dobro de prefeitos que o segundo lugar, o  Avante, partido comandado por Ronaldo Carletto. E Bruno Reis tornou-se uma liderança com luz própria. Desse modo, tanto Otto quanto Bruno terão grande influência na formação das chapas que vão concorrer ao governo do Estado em 2026.

No caso da chapa da base aliada do governador, já está definido que Jerônimo Rodrigues será candidato à reeleição e Jaques Wagner candidato ao senado.  Ora, ambos são quadros do PT, restando uma vaga de senador e a vice-governança para serem ocupados pelos demais partidos. Como o Chefe da Casa Civil do governo Lula. Rui Costa, é declaradamente candidato ao Senado, seriam três vagas ocupadas pelo PT. O PSD, que detém quase 30% das prefeituras baianas, pode aceitar  a vice-governança e rifar ou viabilizar outra alternativa para o atual senador Ângelo Coronel, que pleiteia a reeleição, mas tem força para dizer o que quer. Já o Avante teria como alternativa aceitar que Rui Costa lhe represente, mesmo sendo do PT, ou convencê-lo a migrar para a sigla. Muita água vai rolar nas negociações para a composição dessa chapa.

Muita água vai rolar também para a composição da chapa do União Brasil que vai concorrer ao governo do Estado. Nela, o ex-prefeito ACM Neto parece ter lugar cativo como candidato a governador e Bruno Reis terá lugar como candidato ao Senado e puxador de votos em Salvador, pois dificilmente cometerá o erro de terminar o mandato, deixando de pongar no trem da política nacional. Com isso, Salvador terá a segunda prefeita mulher de sua história, com Ana Paula Mattos assumindo o cargo, e uma enorme disputa para saber quem vai compor o restante da chapa.

Esse é o cenário que brota do resultado da eleição municipal, no qual os dois maiores vencedores foram o prefeito Bruno Reis e o PSD do senador Otto Alencar.

Em tempo: a eleição em segundo turno para Prefeitura de Camaçari, embora não tenha o condão de mudar o cenário já definido, será emblemática e um avant-première da disputa entre Jerônimo Rodrigues e ACM Neto. ( EP- 14/10/2024)

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