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DEBATE: O DESEMPENHO E AS ESTRATÉGIAS DOS CANDIDATOS A PREFEITO DE SALVADOR

Redação - 12/08/2024 08:59 - Atualizado 12/08/2024

O primeiro debate da campanha para a Prefeitura de Salvador, realizado pela Rede Bandeirantes, foi o primeiro momento de peso da campanha. A Rede Bandeirantes realizou um evento de alto nível, bem conduzido, com perguntas focadas e  com blocos bem definidos que davam oportunidades a todos para que o eleitorado pudesse conhecer melhor as propostas de cada candidato.

O debate não teve um ganhador explícito. Todos tiveram um desempenho na média, mas Kleber Rosa teve mais destaque, pois se colocou na posição de crítico das duas outras candidaturas.  Uma análise rápida do desempenho de cada um dá a exata medida das estratégias adotadas.

O candidato Kleber Rosa esteve bem no debate e parecia tranquilo focando em problemas fundamentais da cidade, como a mobilidade urbana. Mas faltou maior concretude em suas propostas e o exemplo maior foi prometer a tarifa zero para o sistema de ônibus em Salvador. As finanças da cidade não suportam essa proposta sem que outros setores como saúde e educação sejam muito prejudicados, por isso é fundamental que o candidato do Psol apresente números e diga como será implementada a proposta. Rosa atacou fortemente tanto Bruno quanto Geraldo Jr. e saiu bem na fita, cumprindo a estratégia de mostrar que ele é o representante da esquerda e assim atrair eleitores do PT que não se veem representados pelo candidato do MDB. O problema é que, ao bater indiscriminadamente em Geraldo Jr. e em Bruno Reis, o candidato do Psol beneficia o prefeito de Salvador que está bem à frente na disputa eleitoral, pois empurra para Bruno o eleitorado de centro que votaria em Geraldo Jr, mas jamais no candidato de esquerda.

Geraldo Jr. estava visivelmente nervoso e precisa urgentemente de sessões de media training. Ficou claro que as investidas de Kleber Rosa o desestabilizaram e a estratégia de não responder ao psolista parece equivocada, pois passa ao público a ideia de que aceita a crítica e se submete a ela. O candidato do MDB ainda não encontrou o ponto correto de posicionamento em relação às críticas do candidato do PSOL. Ao que parece, o candidato se preparou bem para o embate com prefeito e aí o tiroteio mútuo funcionou de ambas as partes.  Os eixos da campanha de Geraldo estão bem definidos: focar a crítica no desemprego, em mobilidade urbana, especialmente a supressão de linhas de ônibus, na desafetação generalizada e falta de áreas verdes; e na tentativa de vincular Bruno Reis a ACM Neto e Jair Bolsonaro. No primeiro item, acertou o alvo, mas no segundo deixou a desejar. Geraldo Jr. precisa também destacar mais sua posição de vice-governador.

Bruno Reis também estava nervoso e as primeiras crítica de Geraldo e Rosa atingiram o alvo, mas o prefeito logo se recuperou e partiu para o ataque, rebatendo as críticas de ambos e encontrando um mote importante para sua campanha: o de que antes dele havia um candidato do MDB que deixou a cidade um caos, referindo-se a gestão de João Henrique que era do então PMDB.

E assim está definido os eixos da campanha do prefeito à reeleição: mostrar os resultados de sua administração, comparando-a com a anterior que foi do MDB; descaracterizar Geraldo Jr. e suas propostas mostrando que até pouco ele concordava com elas, pois era do seu grupo político; criticar o governo estadual e sua ação na cidade e fugir da federalização da campanha como o diabo foge da cruz, reiterando que é capaz de conviver com qualquer candidato.

O ataque de Bruno ao fato de Geraldo Jr ter participado do seu grupo político tem acertado o alvo e o candidato do MDB sente os golpes, precisando ser mais incisivo nas respostas e na justificativa. Em resumo: o debate foi bom, bem estruturado, mas não mudou quase nada entre os eleitores e está mantido o favoritismo de Bruno Reis. Agora é ver o próximo capítulo que começa na sexta-feira, com o início do horário eleitoral. (EP – 12/08/2024)

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