O ministro da Casa Civil, Rui Costa, revelou sua intenção de concorrer a uma das vagas no Senado pela Bahia nas eleições de 2026. Este movimento do líder petista, que governou a Bahia de 2015 a 2022, pode acirrar a competição interna dentro da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). No pleito de 2026, duas cadeiras no Senado estarão em disputa em cada estado. Os atuais senadores Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), cujos mandatos estão se encerrando, já demonstraram interesse em buscar a reeleição, conforme reportagens da Tribuna.
Durante as celebrações do 2 de Julho, Rui Costa foi calorosamente recebido por seus apoiadores e aliados. No dia anterior, ele recebeu elogios do presidente Lula, que afirmou estar tranquilo com Costa à frente da Casa Civil. Sobre sua possível candidatura ao Senado, Rui Costa confirmou que está considerando essa opção.
“É uma possibilidade, mas tenho que conversar com o presidente Lula. Eu faço política pelo projeto coletivo, então a gente precisa ver o melhor cenário. Vou conversar com ele [Lula] para a gente tomar uma decisão, mas está cedo ainda”, disse o ministro.
Segundo informações da Folha, Rui Costa e Jaques Wagner, aliados de longa data, enfrentam uma disputa velada nos bastidores da política baiana e nacional. Publicamente, ambos afirmam manter boas relações, mas seus apoiadores confirmam as divergências.
Durante o desfile do 2 de Julho, Costa e Wagner desfilaram separadamente por poucos metros e foram igualmente aclamados por seus respectivos apoiadores. A corrida pelo Senado em 2026 é vista como uma continuação das movimentações e resultados das eleições municipais deste ano.
Nos bastidores, a discussão sobre as candidaturas ao Senado tem se intensificado. Em maio, Wagner afirmou que a chapa para 2026 ainda não está definida, mencionando ele próprio e Jerônimo Rodrigues como figuras garantidas. Em junho, o senador buscou consenso, indicando que ele, Rui Costa e Angelo Coronel são possíveis candidatos.
Wagner assegurou que não abrirá mão da reeleição, deixando a resolução da disputa com Angelo Coronel nas mãos de Rui Costa. Coronel, aliado de Otto Alencar (PSD), formou um grupo independente na Assembleia Legislativa baiana, ameaçando mudar para a base de ACM Neto caso suas demandas não sejam atendidas.
A possibilidade de o PT ocupar as três principais posições da chapa majoritária – governador e duas vagas ao Senado – é vista como improvável pelos partidos aliados. Outra possibilidade seria Rui Costa disputar o governo em 2026, mas essa ideia é rejeitada tanto por seus aliados quanto pelos de Wagner, por ser percebida como um desafio a Jerônimo Rodrigues.
(Tribuna da Bahia)
Foto: Henrique Raynal / Casa Civil
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