A crise na Petrobras por causa da distribuição ou não dos dividendos extraordinários deixou explicita a divergência dentro do governo Lula entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o ministro da Casa Civil, Rui Costa
Haddad está alinhado ao presidente da empresa, Jean Paul Prates, na defesa do pagamento de parte dos recursos que sobraram livres no caixa após o pagamento dos dividendos regulares. Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, é favorável à posição do Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, de reter esse dinheiro em um fundo de reserva.
Todo mundo em Brasília sabe que Haddad e Costa sempre estão em posições opostas e não escondem as críticas ao desempenho de um e de outro e analistas veem nisso uma disputa entre aqueles que podem ser, ou acham que podem ser, os sucessores do presidente.
Integrantes da cúpula da Petrobras afirmam que o presidente Lula foi induzido a erro pelo Ministério de Minas e Energia, comandado por Alexandre Silveira, ao avalizar a retenção dos dividendos extraordinários da Petrobras.
Em meio ao impasse, Lula se reúne nesta segunda-feira (11) com os quatro para ouvir seus argumentos e decidir se mantém a reserva de dividendos ou concorda com a sua distribuição parcial.
O Presidente da Petrobras buscou a Haddad nos últimos dias para ter apoio em sua posição e conseguir reverter a decisão de não pagar os dividendos extraordinários . O presidente da Petrobras argumenta que o não-pagamento do valor extra aos acionistas poderia derrubar o preço de mercado da estatal.
O ministro da Fazenda está alinhado ao presidente da Petrobras, enquanto Rui Costa e o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendem que a retenção desse recurso preserva fluxo de caixa da Petrobras, sem abrir mão do compromisso da companhia de pagar dividendos futuramente, revendo a decisão em outro momento.