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PRESIDENTE DA ARGENTINA ANUNCIA AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO EM 30% NO PAÍS

Emilly Lima - 21/02/2024 19:41

O governo argentino anunciou um aumento do salário mínimo de 30% entre fevereiro e março, informou o porta-voz da Presidência nesta terça-feira, 20, em meio a uma inflação que ultrapassa os 250% ao ano.

“Não foi possível chegar a um acordo entre as partes na discussão sobre o salário mínimo”, disse o porta-voz Manuel Adorni, referindo-se ao fracasso na semana passada do Conselho do Salário Mínimo, composto pelo governo, pelas câmaras empresariais e pelos sindicatos, que solicitavam um aumento de 85%.

Diante dessa situação, acrescentou Adorni, “o governo teve que intervir e fixar um salário mínimo”, algo que o presidente Javier Milei havia inicialmente descartado.

O novo valor foi estabelecido em 180.000 pesos para fevereiro (equivalente a US$ 204 na taxa oficial de câmbio, ou R$ 1.007), representando um aumento de 15% em relação aos 156.000 pesos atuais, e 202.800 pesos para março (cerca de US$ 230, ou R$ 1.136), um aumento de 30% em relação ao valor atual.

Desde o último ajuste salarial em dezembro, a inflação atingiu 25,5% naquele mês e 20,6% em janeiro, totalizando uma inflação interanual de 254%.

O aumento salarial acontece em meio a um aumento da conflitividade na Argentina, onde a pobreza atinge 57% da população, segundo um estudo do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA) divulgado no último fim de semana, registrando a cifra mais alta de pobreza nos últimos 22 anos.

Vários sindicatos, incluindo o sindicato ferroviário, a federação dos trabalhadores da Saúde e quatro sindicatos de professores, anunciaram greves em protesto às condições econômicas.

O ministro da Economia, Luis Caputo, já havia adiantado que o governo iria fixar um aumento do salário mínimo, enquanto a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical da Argentina, criticou o governo por romper a tradição de diálogo social tripartite. O presidente Javier Milei, por sua vez, havia expressado hesitação sobre a intervenção do governo na definição do salário mínimo após o fracasso das negociações.

Foto: YouTube/Reprodução

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