O governo tem de ser ágil e deve apresentar já em março uma proposta para a regra fiscal do país, disse hoje o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante seminário do BTG Pactual.
Segundo ele, o país nunca precisou tanto de calma. “O que atrapalha é a ansiedade, estamos bem do ponto de vista geopolítico, econômico, e se conseguirmos consertar os estragos vamos atrair investimentos”, disse. Segundo ele, “as pessoas estão de olho Brasil” e citou os problemas da Europa com a guerra da Ucrânia, o conflito entre Estados Unidos e China. “Na região, temos vizinhos complicados, Venezuela,
Argentina, com problemas econômicos graves”, lembrou, acrescentando que “é difícil porque temos de tomar medidas, temos de ser ágeis, não está dando para respirar, mas se engrenarmos, em março vamos anunciar o que pensamos ser a melhor regra fiscal para o país”. Haddad afirmou que “não tem pretensão de ser dono da verdade, estamos estudando regras fiscais internacionais, e nenhum país adota teto de gastos, porque não consegue atingir”, afirmou. Segundo ele, é preciso ter metas exigentes, mas possíveis de ser cumpridas.
“Quando começa a projetar cenários irrealistas, começa a perder credibilidade”, disse, acrescentando que é preciso também bom-senso, “compreender que não se vai reduzir de 6 para 3 de uma vez”. Segundo ele, há formas e formas de endereçar o assunto, tanto o fiscal quanto o monetário e há formas de construir consensos. “Não é ciência exata, físicos, engenheiros podem ser assim, mas na economia, há cem anos, sabemos que náo é assim, é preciso saber como os outros vão reagir”, afirmou. Haddad disse que há jogo de construção de narrativas, de harmonização de políticas fiscal e monetária e com a sociedade. E mesmo grandes macroeconomistas, segundo Haddad, dizem que não entendem bem o que está acontecendo no mundo.
As informações são do governo Federal
Foto: divulgação
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