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DÓLAR REGISTRA MAIOR QUEDA EM DOIS ANOS E MEIO

Redação - 12/01/2021 19:03

O dólar acelerou para mais de 2% a queda ante o real na tarde desta terça-feira (12), num movimento de realização de lucros depois de subir 6% nas primeiras sessões do ano e amparado pela fraqueza da moeda no exterior também após um rali recente.

Um forte movimento de realização de lucros ditado pelo exterior levou o dólar à maior queda em dois anos e meio nesta terça-feira (12) com a moeda devolvendo em apenas um dia mais da metade do ganho acumulado nas primeiras sessões de 2021 e também repercutindo falas de um diretor do Banco Central.

O dólar à vista caiu 3,32%, a 5,3208 reais na venda, na maior baixa percentual diária desde 8 de junho de 2018 (-5,59%). Ao longo da jornada, a cotação oscilou entre 5,4948 reais (-0,15%) e 5,3192 reais (-3,35%).

Na véspera, o dólar havia saltado 1,60%, a 5,5033 reais na venda, maior nível desde 5 de novembro (5,5455 reais). A moeda vinha de alta de 6,01% no ano até segunda-feira, valorização reduzida a 2,49% aos preços desta terça.
O tombo do dólar se deu ainda em meio a declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra.

Em live, o diretor afirmou que os juros de 2% não são para situações normais no Brasil e que é natural imaginar que o “estímulo extraordinário” que o BC está concedendo à economia via política monetária será retirado de cena em algum momento.

Os comentários vieram no dia em que o IBGE divulgou que a inflação medida pelo IPCA teve em 2020 a maior taxa em quatro anos, ficando acima da meta de 4%.
Uma das discussões no mercado é se o Banco Central poderia ser forçado a antecipar a normalização da política monetária, cujo início está previsto atualmente para agosto, com base em estimativas compiladas pela pesquisa Focus.

O mercado tem avaliado que parte da pressão sobre o real desde o ano passado decorre do baixo nível de juros, com a Selic na mínima histórica de 2% deixando a moeda brasileira como opção barata para hedge ou mesmo como fonte de financiamento.

O próprio diretor Bruno Serra colocou a redução do diferencial de taxas como fator a explicar o patamar atual do dólar, além de incerteza fiscal, mudança nas regras de tributação de hedge e redução da dívida em dólar por parte de algumas empresas.

Foto: Getty Images

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