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COSTUREIRAS REFORMARAM ATÉ 60 ABADÁS POR DIA DURANTE CARNAVAL DE SALVADOR

Emilly Lima - 14/02/2024 18:41 - Atualizado 14/02/2024

A mágica feita por Sheila Souza, 45, não vem de uma varinha de condão, mas de um objeto de tamanho semelhante: a tesoura. É no período do Carnaval que a costureira vê o lucro aumentar 80% com a customização de abadás dos foliões. Por dia, ela chegou a reformar até 60 vestimentas desse tipo.

Entre um molde e o corte de uma manga, Sheila conta que o trabalho como costureira foi o que garantiu a criação dos dois filhos, que hoje têm 26 e 17 anos. Quando tinha a idade da mais nova, Sheila fez o primeiro curso de corte e costura por influência das matriarcas da família. “Minha mãe e minha tia eram costureiras e quando era menor de idade fiz o primeiro curso. Com o tempo, fui me profissionalizando e virei professora e design de moda”, conta.

Transformar pedaços de tecidos em looks elaborados virou a paixão da baiana desde os primeiros moldes. “Você já ouviu dizer que costureira não come? É porque a gente começa e não sabe mais parar. Eu perco a noção do tempo de tanto que fico envolvida”, diz. Quando chega o Carnaval e os foliões retiram os abadás dos blocos e camarotes, então, é aí que o ritmo de trabalho se intensifica.

A customização mais básica custa R$40 e a costureira chegou a ultrapassar a marca de 50 abadás por dia, o que rendeu um lucro diário de mais de R$2 mil. “Este ano as meninas estão pedindo muito vestido. É a tendência do momento”, revela. O tempo do serviço também depende da complexidade do molde, podendo durar de 30 minutos até algumas horas.

Aida Viana é uma das costureiras que customizaram em abadá na Avenida Centenário, próximo ao Shopping Barra, nos dias oficiais da folia. “O movimento fica intenso antes da concentração dos blocos. Já temos clientes fiéis que vão todos os anos customizar antes de ir para o circuito”, diz.

A costureira chegou na barraca às 6h30 e só saiu no início da noite. Por dia, Aida chega a reformar 45 abadás e tem lucro diário de R$700. “É um trabalho que vale muito a pena, ajuda a pagar aquela conta de luz ou água que está atrasada”, fala Aida, que também vende acessórios para a folia.

A estudante Yasmin Barbosa, 22, até queria fazer um modelo mais elaborado para desfilar no Bloco do Nana, comandado por Léo Santana, na sexta-feira (9). O problema foi a falta de tempo. “Peguei o abadá um dia antes do bloco, então não tive tempo de fazer nada muito elaborado. A ideia foi investir em um cropped com corte bonito. A barriga de fora não podia faltar”, brinca.

(Correio*)

Foto: Arisson Marinho/CORREIO

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