Os contribuintes aguardam ansiosos a possível revisão da tabela do Imposto de Renda como um presente de fim de ano, mas, segundo a Unafisco, a correção integral poderia resultar em uma perda de R$ 204 bilhões na arrecadação do governo federal. A equipe econômica, atualmente, está focada nas últimas medidas do ano para garantir o cumprimento das metas fiscais, enfatizando a necessidade de “medidas compensatórias” para viabilizar o reajuste, que, conforme anunciado, só ocorreria em 2024.
A proposta de reajuste integral, de acordo com os cálculos da Unafisco, buscaria recompor o IPCA acumulado desde 1996, ajustando as faixas de isenção em 133,65% e as demais faixas em 159,17%. Se implementada, essa revisão beneficiaria significativamente os contribuintes, elevando o limite de isenção para aqueles com renda anual de até R$ 59.216,28, enquanto manteria a tributação em 7,5% para rendimentos anuais até R$ 87.909,96.
A ampliação das faixas de renda para as alíquotas de 15% e 22,5% também seria expressiva, alterando os limites para R$ 116.659,20 e R$ 145.073,40, respectivamente. Isso resultaria em um aumento considerável no número de contribuintes isentos, passando de 18,8 milhões para 32,5 milhões, e elevando a faixa salarial média mensal para R$ 4.934,69.
O presidente da Unafisco, Mauro Silva, destaca que os R$ 204 bilhões representam a perda potencial de arrecadação, especialmente entre as famílias da classe média. Ele ressalta preocupações sobre a justiça tributária, levando em consideração a não inclusão da arrecadação de dividendos e a carga significativa imposta à classe média assalariada.”
Foto: Marcello Casal Jr. /Agência Brasil