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HOUVE DESACELERAÇÃO, MAS EM 2023 VAI TER PIBÃO – ARMANDO AVENA

Redação - 07/12/2023 08:56 - Atualizado 07/12/2023

As previsões de forte queda do PIB no 3º trimestre não se concretizaram. Os resultados do PIB não foram espetaculares, mas a economia brasileira é resiliente e o Brasil vai ter um “pibão”, de pelo menos 3,2%, em 2023. É o melhor resultado da década, com a exceção atípica do ano de 2021, quando explodiu o crescimento no pós pandemia no mundo inteiro.

Muitos analistas estão lendo mal o resultado do PIB. Por exemplo: todos destacaram que o PIB cresceu apenas 0,1% no 3º trimestre em relação ao trimestre anterior, mas esse dado, que se esperava muito pior, é de curto prazo, conjuntural, tenta, e apenas tenta, definir uma tendência, no caso a desaceleração da economia.  Mas qualquer fato novo pode mudar essa tendência.

O dado estrutural, ou seja, definitivo, que ninguém destaca,  é esse: o PIB brasileiro cresceu 2% no 3º trimestre de 2023 em relação ao mesmo trimestre de 2022 e isso significa que no acumulado do ano, a economia  já cresceu 3,2%. No acumulado até setembro, a agropecuária cresceu 18%, a Indústria 1,2% e os serviços 2,6%, sempre em relação ao ano anterior. É um desempenho acima da média. Note-se que isso é estrutural,  nada muda essa realidade e, mesmo que no 4º semestre o Brasil fique completamente estagnado, o resultado já está dado.

Outra leitura enviesada é  referente a agropecuária. No 1º semestre de 2023, quando o PIB cresceu 3,7%, todos destacaram que foi o efeito da supersafra e que, não fosse a agropecuária, o PIB seria bem menor. Agora, repetiu-se o mesmo fenômeno ao revés, estamos na entressafra, o PIB da agropecuária caiu 3,3% e foi isso que impediu o PIB global de crescer mais, todavia ninguém destaca isso.

Então, entrando na seara do realismo, o crescimento de apenas 0,1% do PIB em relação ao trimestre anterior mostra, sim, uma desaceleração, mas é fundamentalmente um reflexo dos juros altos, cuja queda demora a ser sentida pela economia. Assim, à medida que os juros caírem, esse dado, ao invés de apontar para a  manutenção da desaceleração, pode apontar para o crescimento.

É verdade que há números negativos e positivos. Em termos negativos, o principal deles é a queda no investimento, que está se retraindo em comparação ao mesmo trimestre de 2022, o que mostra claramente que a taxa de juros elevada está impactando mais o empresariado do que as famílias. A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2023 caiu de 18,3%  para  16,6%.  E a taxa de poupança foi de 15,7%, menor do que os 16,3% obtidos no mesmo período de 2022. Esse é o motivo pelo qual as previsões de crescimento em 2024 estão inferiores a 2023.

Mas também há números positivos. O principal deles, pelo lado da demanda, é o crescimento de 1,1% do consumo das famílias, quando a expectativa era de queda.  Isso reflete, a redução do desemprego, os recursos dos programas sociais, a queda dos juros e da inflação e a redução do endividamento e esse cenário está fazendo as pessoas voltarem a consumir. Por causa disso, o setor de serviços, que representa 70% do PIB, vem crescendo a três semestres consecutivos, ainda que desacelerando. Frente a esses números, é preciso dizer que as perspectivas para a economia são boas, afinal no último trimestre o apelo das festas tende a aumentar o consumo das famílias e no 1º trimestre de 2024, uma nova safra deverá estimular a economia, mesmo com a seca em algumas áreas. Portanto, mantidos os atuais fundamentos, no que trata de economia, o PIB do Brasil vai muito bem, obrigado.

                                 O QUE FAZER COM O 13º SALÁRIO

O  13º salário traz uma ótima oportunidade para  pagar as dívidas e voltar ao mercado de crédito. E se o consumidor não esperar renda nova, é bom guardar um pouco para  as despesas no início do ano como a matrícula dos filhos, a compra de material escolar, o pagamento do IPTU e IPVA, etc. Se não tem nenhum dos dois problemas, o consumidor pode escolher entre gastar ou poupar. Lembrando que poupar é um sacrifício, é adiar o consumo e, assim, só vale a pena poupar se a remuneração for boa. Poupar é um risco, pois como somos mortais, ao renunciar ao consumo imediato, corremos o risco de morrer e não consumir nunca mais. Mas poupar também pode viabilizar adiante a compra à vista, mais barata.

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