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POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRÁS CAUSA DESCONFORTO NO MERCADO BAIANO; DIZ SINDICOMBUSTÍVEIS

Victoria Isabel - 09/10/2023 11:00 - Atualizado 09/10/2023

A mudança na política de preços feita pela Petrobras no início do ano, retirando a paridade com o mercado internacional tem trazido desconforto ao mercado baiano, já que a Acelen, empresa de energia que administra a Refinaria de Mataripe, na Bahia, manteve sua política de preços de combustíveis baseada na paridade de importação. É o que diz Marcelo Travassos, Secretário Executivo do Sindicombustíveis Bahia em entrevista ao Bahia Econômica.

“A Acelen não faz nada diferente do que uma empresa petrolífera americana, inglesa ou árabe faz, ela utiliza a paridade de preço internacional, ou seja, quanto é que tá custando o produto no mercado globalizado e aplica internamente, porque visão dela é a visão de empresas que atuam nesse ramo no mundo inteiro. O que a gente tem de distorção é a política de preço da Petrobras. A Petrobras mudou no início do ano a sua forma de precificação e isso está trazendo desconforto concorrencial muito grande para os clientes da Acelen, ou seja, as distribuidoras que atuam na Bahia e em Sergipe”, explicou o secretário.

Em maio deste ano, a Acelen solicitou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), acompanhasse as variações de valores e a aplicação da nova política de preços da Petrobras, após a empresa anunciar o fim da paridade de preços do petróleo e dos combustíveis derivados com o dólar e o mercado internacional, passando a considerar o praticado pelos concorrentes e o “valor marginal” da estatal.

Sobre as consequências da decisão da Petrobrás, para a Acelen, Marcelo informou que o descompasso de preço traz impactos significativos na comercialização dos produtos que a empresa coloca no mercado. “Hoje eles reduziram a capacidade de produção da refinaria Mataripe para se adequar ao que o mercado está comprando deles. O fato é: o mercado baiano está comprando menos produtos da Acelen porque está vendendo menos produtos pra o consumidor final. Enquanto que os postos de outros estados estão vendendo mais produtos para o consumidor final, consequentemente a Petrobras está vendendo mais para as distribuidoras desses outros estados. Essa é a situação. Se ela vai modificar a política de precificação dela, acho muito difícil”, afirmou Marcelo.

Marcelo falou ainda sobre a possibilidade de reestatização da refinaria “Você reestatizar uma empresa que foi privatizada é você sinalizar para o mercado internacional que aqui não existe nenhuma garantia do seu investimento. Então não creio que esse tipo de ideia vai prosperar. Só o fato de você ter agentes governamentais aventando essa possibilidade já fez com que alguns alguns investidores internacionais desistissem de entrar no Brasil com seus recursos, porque ele não tem segurança. Imagine se efetivamente isso acontecesse, nós entraremos em uma situação econômica muito grave”, declarou Travassos.

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