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ENTREVISTA COM CARLOS ANDRADE SÓCIO-DIRETOR DA CAPA CONCEPTS FALANDO SOBRE A SITUAÇÃO IMOBILIÁRIA DA BARRA

João Paulo - 25/09/2023 06:00 - Atualizado 25/09/2023

Bahia Econômica – Por que a Barra tem se transformado em um dos grandes polos para o mercado imobiliário baiano?

Carlos Andrade – A mudança no PDDU na cidade possibilitou que os empresários do setor olhassem aquela região de maneira diferente. A possibilidade de gabaritos maiores e um índice construtivo maior que a legislação trouxe, foram determinantes. Então, falando assim superficialmente, o que tem acontecido na Barra tem haver com essa mudança na legislação. Sem tirar também, todo potencial turístico que a Barra tem. Suas praias, seus estabelecimentos, as belezas naturais dentre outros.

Bahia Econômica – A possibilidade da mudança no circuito do carnaval para a região da Boca do Rio pode ampliar ou não essa demanda no local?

Carlos Andrade – Sobre o carnaval na Barra é preciso olhar essa questão sobre uma ótica plural. A visão do folião, a visão do turista, a visão da prefeitura, a visão do empresário, a visão do morador, todos devem participar desse debate. Na minha humilde opinião, eu acho que o carnaval na Barra passou do ponto. Ficou muito concentrado aqui de uma maneira geral. Então superlotou o bairro. Esse ano já houve uma tentativa da prefeitura de resgate do carnaval do centro histórico, que pode ajudar um pouco, mas é preciso se olhar para todos os lados. Eu não acredito que essa mudança do circuito para a Boca do Rio seja a solução. O que é preciso fazer é desafogar o carnaval na Barra que tem toda essa questão turística e mística, que é bom para prefeitura, para o turista. Outra questão sobre o carnaval é o lado populacional. Deveria haver um trabalho em relação aos imóveis que ficam na região e passam o ano todo fechado e só funcionam no carnaval. é preciso povoar esses imóveis para durante o ano a demanda pelos serviços no local também crescer e o bairro se desenvolver.

Bahia Econômica – Quais os critérios o aplicativo utilizou para colocar a Barra em destaque no cenário do mercado imobiliário?

Carlos Andrade – A Barra é para Salvador o que Copacabana e Ipanema é para o Rio de Janeiro. Um bairro que traz as características da cidade. Um local que está no imaginário das pessoas para conhecer em vários locais do mundo. Então existe uma demanda interna de um local que hoje tem se transformado muito e o mercado imobiliário tem contribuído com isso. Então existe uma demanda natural pelo local. O que precisa ser feito é que essas novas construções que estão surgindo no local tragam ainda mais qualidade ao bairro. O poder publico invista e traga mais segurança ao local. Então a Barra sempre será um ponto atrativo para quem quer conhecer Salvador.

Bahia Econômica – Quais ações na sua opinião devem ser tomadas pelo poder publico para consolidar o local como destaque do mercado imobiliário?

Carlos Andrade – Para um bairro se desenvolver é preciso que tenha serviço. É preciso que tenha gente se desenvolvendo. Então é preciso que a prefeitura traga benefícios para as pessoas se instalarem no local e por consequência ele seja mais povoado. Eu trago o raciocínio de um shopping por exemplo. Quando você traz um shopping e coloca grandes marcas nele, elas viram ancoras desses ao local, atraindo novas e assim diretamente desenvolve o ambiente.

Bahia Econômica – Sobre os aluguéis de curta temporada, qual motivo principal que tornou o local atrativo?

Carlos Andrade – Essa é uma mudança de um comportamento mundial de consumo. Você tem dentro de plataformas como Booking.com, aluguéis de temporada. Empresas como a Vitacon, House, entre outras, já vendo esse mercado de uma forma profissional, com uma gestão maior. Faz sentido em termos de investimento, você comprar um apartamento, com a valorização do patrimônio, você terá um dividendo ali, uma receita de aluguel, então essas plataformas deram isso e você já começa a enxergar dentro disso que a precificação dos imóveis já é feita dentro disso, por esse retorno, então começa a ser um investimento diferente daquele tradicional imobiliário do passado. Que não tinha esse viés. Então um imóvel muito bem localizado como é na Barra de maneira geral, como um ativo financeiro sólido que valoriza com o tempo e gera receita.

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