Em um cenário de juros ainda altos, mas em rota de queda, corretoras e casas de análise estão recomendando aos clientes e investidores não só que já comecem a levar parte de seu dinheiro de volta para a bolsa de valores, como repensem, também, os seus investimentos dentro da própria renda fixa. Nesse contexto, crescem as recomendações para ampliar a participação dos títulos prefixados de investimentos como Tesouro Direto, CDBs, LCAs ou LCIs, tomando parte do espaço ocupado há até pouco tempo pelos “queridinhos” pós-fixados.
Os títulos prefixados são aqueles que têm uma taxa de remuneração fixa e que não muda até o dia do vencimento da aplicação, e são tipicamente mais vantajosos quando os juros do país estão caindo. A ideia é aproveitar o momento para embolsar os títulos com taxas ainda altas, e conseguir “travá-las”, antes que sigam baixando. Já os pós-fixados são atrelados geralmente a taxas de juros como a Selic ou o CDI, e seu rendimento vai ser maior ou menor conforme elas sobem ou descem.
Como a Selic, agora, está em queda, a tendência é que, por um bom tempo, a remuneração deles também vá ficando menor, e, por isso, também menos atraente do que nos últimos anos, em que a taxa básica de juros do país passou dos 13% ao ano. “Ano passado, para o investimento de curto prazo, de até uns dois anos, estávamos sempre indicando os pós-fixados, porque eles não têm volatilidade e o rendimento estava muito alto. Nos últimos meses, passamos a acelerar a parte dos prefixados”, disse a analista de renda fixa da Empiricus Research, Lais Costa. “Daqui a um ano eu não vou conseguir mais a mesma taxa do que consigo hoje nos prefixados, então eu compro hoje um título de dois anos.”
Quais são os tipos de remuneração da renda fixa:
Quais são os principais tipos de títulos da renda fixa:
De acordo com Costa, é possível encontrar hoje opções prefixadas de LCAs e LCIs, isentas de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos, oferecendo juros de até 9%, o equivalente a CDBs ou títulos públicos (que pagam IR) com remuneração de 11,5%. A Selic, taxa básica de juros do país, está atualmente em 12,75%, após a segunda redução seguida promovida pelo Banco Central nesta quarta-feira (20). A expectativa dos economistas, medida pelo Boletim Focus, é que ela tenha caído a 9% até o fim do ano que vem.
Foto: Saif Ahmed/Pixabay