segunda, 20 de maio de 2024
Euro 5.5489 Dólar 5.1052

ESTUDO INÉDITO MOSTRA QUE ABSORVENTES TESTADOS COM SANGUE TEM MENOR CAPACIDADE DE ABSORÇÃO; ENTENDA

Douglas Santana - 08/09/2023 16:38 - Atualizado 08/09/2023

Sabiam que os absorventes para menstruação não são testados com sangue? Pois bem, os testes são realizados com um líquido azul, semelhante àquele que aparece nas propagandas comerciais. O teste-padrão de toda a indústria é com água ou solução salina (mistura de água, sal e bicarbonato). O dado foi revelado em um estudo publicado em agosto na BMJ Sexual & Reproductive Health, uma das mais influentes e conceituadas revistas sobre medicina no mundo.

De forma inédita, foi utilizado o sangue nos testes, e revelaram que os produtos tinham uma capacidade de absorção menor do que a anunciada nos Estados Unidos. Parte das marcas também é vendida no Brasil, que sequer exige essa informação nas embalagens.

“Descobrimos que a rotulagem da capacidade do produto estava em desacordo com os nossos resultados – a maioria relatou capacidade maior do que a encontrada nos nossos testes. Suspeitamos que se deva a testes com líquidos sem sangue, como água ou soro fisiológico”, diz Bethany Samuelson Bannow, pesquisadora da Oregon Health and Science University (EUA) e líder do estudo, em entrevista ao g1.

Na pesquisa, foram analisados 21 produtos entre absorventes, coletores menstruais, calcinhas absorventes e discos. Em razão da dificuldade de se conseguir sangue menstrual para pesquisas acadêmicas, foi usado sangue de bolsas que iriam para o descarte. Esse sangue é mais próximo da menstruação do que água e solução salina.

O sangramento excessivo é o que mais leva pessoas ao ginecologista, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Até há pouco tempo, um dos critérios para dizer se uma pessoa sangrava além do normal na menstruação e precisava de tratamento era a quantidade usada de absorvente e a frequência com que vazava.

Em 2003, por exemplo, uma pesquisa na Europa analisou a menstruação de 226 mulheres que diziam ter hemorragia. Resultado: apenas 34%, de fato, tinham menorragia, como é chamada a condição. Ou seja, muitas passaram por tratamentos desnecessários.

 

Com informações do g1 – Foto: Karolina Grabowska/Pexels

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.