Bahia Econômica: Discute-se nesse momento quem será o candidato do União Brasil para a Prefeitura de Feira de Santana. A imprensa noticia de que ACM Neto estaria tentando acomodar os interesses dos partidos de modo a contemplar sua candidatura a prefeitura, as pretensões do deputado Pablo Roberto, do PSDB, bem como do prefeito da cidade, Colbert Martins. Como o senhor se coloca nesse contexto?
Zé Ronaldo: Me coloco com toda tranquilidade, primeiro porque eu ainda não assumi que sou candidato, eu estou fazendo um trabalho político que eu sempre fiz que é andar, circular e visitar das atividades públicas de Feira de Santana e dos eventos dos mais variados natureza da cidade. Eu tinha dito que em janeiro ou mais tardar em fevereiro eu deciso essa questão de uma candidatura, claro que você ter um nome ventilado e lembrado é um motivo de satisfação pra qualquer política principalmente na minha cidade. Eu já fui vereador, deputado quatro vezes e prefeito quatro vezes também, então isso é gratificante ter o nome lembrado. Existem nomes que circulam dentro do nosso grupo político que são ventilados como, o deputado Pablo Roberto, José de Arimateia e Carlos Geilson, só nomes ventilados, todos tem direito de andar, circular, buscar, trabalhar, pra conseguir esses objetivos. Eu tenho andado, mas ainda não sentei com essas pessoas pra conversar política ainda, acho que esse momento está perto de chegar, pra que possamos discutir essa questões, porque é fundamental que para ser candidato a prefeito, você tenha um grupo político com força eleitoral, representatividade na cidade, para poder lhe apoiar. E por aí passa essa discussão de debater com cada um esses objetivos para isso tende a alcançar uma vitória na eleição do ano que vem. Estou fazendo muitas conversas, estou andando muito e acho que a partir de agora em setembro, chega o momento de você começar a sentar com essas forças políticas e partidos políticos para discutir a sucessão do ano que vem.
BE: Você se considera pré-candidato a prefeitura de Feira?
Z.R: Não me considero pré-candidato, me considero uma pessoa que faz política 24 horas por dia, sou político por paixão, eu adoro estar vivendo na vida pública e faço isso com amor. Mas em janeiro ou mais tardar fevereiro eu decido essa questão da candidatura.
BE: O senhor apoiou Colbert Martins na última eleição. O senhor acha que o atual prefeito de Feira lhe apoiaria na eleição de 2024 ou ele tem candidato próprio?
Z.R: Eu acho que todos apoiamos a eleição dele em 2020. E tem essa questão dele decidir sobre um candidato que vai apoiar. Acho que ele trabalhará pela união de todos. Essa pergunta deveria ser dirigida a ele.
BE: A administração do prefeito de Feira de Santana tem sido muito criticada, inclusive com uma relação difícil com a Câmara de Vereadores da cidade. Como o senhor avalia a administração de Martins? O senhor acha ele ajuda ou atrapalhar uma candidatura?
Z.R: Todas as vezes que eu fui prefeito eu trabalhava com informações de pesquisa, feitas em 4 em 4 meses. Então eu ia pra uma determinada comunidade, sentir o que eles queriam, fazia pesquisa pra ver se batia com que eu estava ouvindo ou não e sempre atuei como governante baseado nas pesquisas e ouvindo o dia a dia do próprio povo. Acho que nessa questão de avaliação do governo de Colbert, ele tem toda a capacidade de avaliar e fazer pesquisas para ajudá-lo a governar. Eu espero que ele esteja fazendo pesquisas.
BE: Na última eleição como governador seu nome era dito como certo para ocupar a vice-presidência de ACM Neto. No entanto, contra todas as expectativas, Neto escolheu Ana Coelho, como você viu esse episódio?
Z.R: Isso é uma coisa um pouco longa, primeiro eu comecei isso lá atrás quando eu fui candidato a governador e posteriormente após as eleições municipais de 2020, na eleição de Bruno, em Feira de Santana e de outros municípios. Eu sentei, conversei e demonstrei a minha vontade de ser candidato da chapa majoritária, que fosse Senador ou vice-governador, por que eu entendia de que o candidato a governador deveria ser ACM Neto, trabalhei arduamente com esse objetivo, quando houve apoio do PP a candidatura de Neto, eu entendia que ali era uma possibilidade do PP indicar o nome do Senador, que foi João Leão e posteriormente Cacá. Assim sendo, eu entendia e busquei com todas as minhas forças o desejo de ser candidato a vice-governador, infelizmente isso não ocorreu.
BE: Como está sua relação política com ACM Neto?
Z.R: Aquilo me deixou triste, aborrecido, pois naquele momento, quando vi que não seria o candidato a vice governador, isso me contrariou. Passando o tempo, a gente ouvindo várias pessoas, escutando muita gente, eu tomei a decisão de manter o apoio a ACM Neto, continuar como sempre foi ao longo da minha vida, que eu sempre estive participando e o resultado todo mundo já sabe. Hoje nós nos respeitamos , temos uma relação de respeito mútuo, a vida segue, é um novo momento político, é uma nova história política, são eleições para os municípios e como eu sou um político por natureza, eu faço minha política diariamente.
BE: Feira de Santana é estratégica para eleição do governo em 2024. O senhor acha que a disputa para a prefeitura da cidade vai antecipar a disputa pelo governo do estado, uma vez que Jerônimo Rodrigues se apresenta como um governador muito ligado a Feira de Santana?
Z.R: Feira de Santana nunca misturou a eleição de Prefeito, Governador e Presidente da República. Historicamente separou. Vamos lá. Em 1962, houve uma eleição entre João Durval Carneiro e Francisco Pinto, que foi um líder da resistência como dizia a oposição baiana e brasileira. Chico Pinto ganhou a eleição. Na eleição seguinte João Durval ganhou a eleição muito bem. Em 1970, João Durval apoiou um candidato a prefeito de Feira que ganhou. Então houve a candidatura novamente de João Durval que era um grande líder em Feira de Santana, um homem politicamente muito forte, contra José Falcão da Silva, um advogado que tinha perdido em 1972 e João Durval, que tinha o apoio do governo federal e estadual perdeu.
BE: E sua primeira eleição?
Z.R: Na eleição de 2000, eu fui candidato a prefeito. Paulo Souto a governador e o presidente da república era também aliado. Eu ganhei a eleição. Aí a partir daí ninguém nunca ganhou uma eleição em Feira no primeiro turno. Depois retornei como candidato e 68% dos votos. E nessa época o governador era Jaques Wagner. E fui reeleito em 2016, com 71% dos votos.E o Presidente da República era Lula. Tá? Então nós ganhamos a eleição por quê? Porque Feira de Santana não se misturou.
BE: No caso do senhor sair candidato, quais os outros partidos poderiam compor uma aliança?
Z.R: Aí eu não falo, são conversas que se acontecem né no mundo da política, como eu ainda não assumi uma candidatura, eu também não posso falar essas questões partidárias.
BE: Sobre o ponto de vista da economia, como o senhor avalia o papel econômico de Feira de Santana?
ZR: Eu acho que Feira de Santana é uma cidade vencedora, é um entroncamento rodoviário cortado por três rodovias federais, 324, 116 e 120, isso ajuda muita na questão econômica. Feira também tem um comércio muito forte e vai continuar tendo; o setor industrial melhorou muito, modéstia parte, nosso trabalho contribuiu muito para atrair grandes empresas pra cidade, não só com emprego, mas com rendas também. Mas Feira se transformou também uma cidade muito pujante na área de saúde e na área de prestação de serviço. Então você tem uma cidade em torno de 650 mil habitantes oficialmente, mas que polariza 70 cidades ao redor delas. Então com essas cidades perto Feira atrai muita gente em busca de serviços de todo tipo, saúde, educação e outros. É uma cidade que não tem essas questões de chuvas e diria ser planejada parte dela.