A economia de Salvador e da Bahia é uma das mais fortes do Brasil. São muitas oportunidades geradas e muitos setores com grandes possibilidades de expansão. Dentro desse contexto, o portal Bahia Econômica foi conversar com o CEO da EY Brasil, Luiz Sérgio Vieira, e com Daniel Peixoto, líder regional, para saber um pouco mais sobre a atração de investimentos para o estado e o trabalho que a empresa tem feito no empresariado baiano.
A EY é uma empresa que já está a mais 40 anos prestando consultoria a grandes empresas da Bahia na área de planejamento estratégico e tributação, além de varias outras áreas. Durante o bate papo eles falaram de assuntos importantes como a Ferrovia Oeste Leste e a Reforma Tributária.
Bahia Econômica – Como o senhor destaca a importância do mercado de Salvador e da Bahia para a atração de investimentos?
Luiz Sérgio Vieira – Salvador é um polo econômico no Brasil e em especial no Nordeste. Aqui a economia tem várias vocações, vários setores fortes, mas tem um que a gente fala pouco que é o de talentos. Tem muito talento que a gente exporta daqui. Vários líderes que nós formamos na organização vieram do Nordeste, de Salvador. São 41 anos de escritório no estado. Hoje nós temos em torno de 120 pessoas, mais ou menos trabalhando aqui. A EY hoje no Brasil tem em torno de 9 mil pessoas, na América Latina, 22 mil pessoas. E a gente vem atuando, obviamente, nessas grandes áreas como auditoria de consultoria, consultoria tributária, dentre outras. Para nós é muito importante que as empresas consigam gerar capital e atrair capital. Temos toda a expertise e um time de especialistas em consultoria justamente para ajudar as companhias a apresentar e desenvolver novos projetos dentro e fora do Brasil, além de atrair novos capitais para o país e para o estado. Nesse sentido nós temos um otimismo muito grande em relação a cidade e o estado. Existem alguns projetos em andamento na Bahia como a FIOL e o porto Sul que, dentre outras que podem ajudar o estado na atração de investimentos
Bahia Econômica – Falando desses projetos a FIOL e o porto Sul são bras muito importantes para o setor de agricultura no estado. Porém parece que a FIOL está caminhando num ritmo mais acelerado que o porto. Caso elas fiquem prontas em momento diferentes isso pode interferir na utilização ?
Daniel Peixoto – Ambos os projetos são muito importantes para economia da Bahia. A Fiol terá um trecho até Caetité a ser inaugurado nos próximos anos e posteriormente a conexão com o oeste do estado. O porto precisa acompanhar a ferrovia. São projetos bastante estratégicos para a economia do estado a médio e longo prazo. O custo para se escoar a produção do oeste baiano por rodovias é significativamente maior. Essa infraestrutura será bastante importante na redução do custo total das importações também, como os fertilizantes. Então é bom que se diga que ambos os projetos podem atrair inúmeros investimentos e dinamizar ainda mais a economia de todo o estado. Esperamos ver ambos funcionando bem em breve.
Bahia Econômica – Um dos pontos que a empresa aborda é a questão da consultoria tributária no estado para grandes empresas. Nesse aspecto, como o senhor enxerga a reforma tributária que foi aprovada pelo Congresso no final de 2023??
Luiz Sérgio Vieira – A reforma é um processo importantíssimo para o Brasil, Até hoje ainda é muito difícil conseguir explicar como funciona o sistema tributário brasileiro para empresas e investidores estrangeiros devido a alta complexidade dele. Com isso, também temos uma dificuldade de atrair capital para fomentar e desenvolver a economia local e regional. Nós destacamos do projeto a desburocratização, a agilidade e a diminuição da complexidade, além da segurança. Acredito que esses sejam os pontos do projeto que, na minha opinião, deve ser mantido o debate no governo para se ampliar os pontos e melhorar os projetos.
Bahia Econômica- Qual a importância da inteligência artificial para o desenvolvimento da economia no estado hoje?
Daniel Peixoto – Entendemos que a inteligência artificial tende a assumir um papel cada vez mais de protagonista nas atividades do nosso dia a dia, tanto no campo pessoal, quanto no mundo corporativo. Anualmente, a EY realiza o estudo global CEO Outlook Pulse com 1.200 CEOs de grandes empresas mundiais e 300 líderes de investimento do setor de Private Equity em 21 países, incluindo o Brasil. Segundo esse estudo, 95% dos entrevistados está planejando manter ou acelerar a transformação empresarial da empresa em 2024. Desses, 58% quase triplicou os esforços nos últimos seis meses.
Trazendo para a nossa economia local, se bem aplicada, a IA tende a tornar nossas empresas mais eficientes e, portanto, mais competitivas, trazendo mais oportunidades, e desenvolvimento para a região. E isso já vem acontecendo com o aumento do interesse dos clientes de diversos setores da economia, como energia e varejo por serviços voltados para transformação digital, uso de inteligência artificial e demais iniciativas baseadas no uso de tecnologia.
Empresas locais com uma governança bem definida, fazendo uso apropriado de tecnologia (incluindo a IA) na busca de uma maior eficiência, com práticas sustentáveis e baseadas na diversidade tendem a contribuir para um maior desenvolvimento sustentável para a região, que trará um benefício importante para todo o nosso ecossistema.
Bahia econômica – Quais as características a EY busca nas empresas baianas para implementar sua consultoria ?
Daniel Peixoto – Nós temos o propósito de ajudar a criar um mundo de negócios melhor. Estamos preparados de diversas formas para auxiliar as empresas baianas a alcançar todo o seu potencial a depender dos desafios, dos objetivos e do momento pelo qual as empresas estão passando. Desde um auxílio para melhoria da sua governança, o que pode incluir uma análise sobre gerenciamento de riscos, controles internos, auditoria das suas demonstrações financeiras; até auxílio no acesso a capital e consultorias mais estratégicas.
Nosso objetivo é realmente ser um parceiro relevante dos nossos clientes e ajudá-los a resolver problemas, mitigar dores, otimizar processos e torná-los cada vez mais competitivos e alcançarem todo o seu potencial. Trabalhamos diretamente com tecnologia, com transparência e compliance e com sustentabilidade.
Ao desenvolver uma empresa, indiretamente, a gente desenvolve seus concorrentes também. Auxiliando empresas locais a serem mais competitivas, quem ganha é a economia e a sociedade local que, além de ter acesso a uma melhor oferta de produtos e serviços, terão mais postos de trabalho para os talentos da região. Tudo isso resulta num mundo e numa sociedade melhor, mais inclusiva, mais diversa, mais sustentável e mais desenvolvida.