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COMO INVESTIR EM CRÉDITO COM A SELIC EM QUEDA? ESPECIALISTAS DÃO DICAS

Douglas Santana - 04/09/2023 16:39 - Atualizado 04/09/2023

O mercado de crédito privado passou por fortes emoções em 2023 até aqui. E o próximo ciclo ainda não deve ser de calmaria. Eventos como o calote de Americanas, Oi e Light podem ter ficado para trás, mas à frente há incertezas do ritmo da queda da taxa de juros, que ainda está alta o bastante para elevar o prêmio (por consequência do risco) em títulos de crédito privado.

Para Leonardo Ono, gestor de crédito privado local e offshore (negociado em mercado externo) da Legacy Capital, é hora de os investidores começarem a pensar em como se posicionar para surfar esse ciclo. O mercado espera a Selic (taxa básica de juro) em 9% ao ano até o fim de 2024, quando se encerra o mandato de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central (BC), mas a Legacy se permite ser mais otimista. A gestora projeta a taxa um pouco abaixo desse patamar, entre 8% e 8,5% ao ano.

“O patamar de uma Selic entre 7% e 8% ao ano, que parece para o qual estamos caminhando, é o ideal no mercado de capitais”, afirmou Ono durante painel da Expert XP na última sexta-feira (1º).

Ele explica que a taxa em níveis muito abaixo desse espanta demais o investidor para a bolsa, repetindo a voracidade ao risco vista entre 2020 e 2021, quando o juro esteve em 2% ao ano. Acima disso, joga demais o investidor para o campo conservador, até mesmo na renda fixa, e encarece a gestão das dívidas para as empresas.

Ono comenta que a Legacy Capital realizou um estudo com os ciclos de cortes de juros que o BC promoveu desde 2009. “Se olharmos o dia seguinte do anúncio desse primeiro corte, a NTN-B com prazo de sete anos teve um fechamento de, na média, 100 a 150 vezes dentro dos 18 meses seguintes nos últimos cinco ciclos de alívio nos juros”, disse.

Com base nesses cenários, a aposta da Legacy é que a NTN-B 2030, que girava o retorno de IPCA+5,30% no dia 2 de agosto, data do último anúncio do BC, pode ir a níveis mais perto de IPCA+4% até 2025. “Isso se o futuro repetir o que aconteceu nos últimos nos últimos ciclos”, reiterou o gestor de crédito privado.

No Brasil, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é o indexador mais comum em títulos de dívida privada, lembrou Pedro Sturm, chefe da mesa institucional de crédito privado da XP. “Com a degradação do cenário macroeconômico, esses ativos tendem a apanhar mais”, afirmou.

 

Fonte: Valor Investe/Valor Econômico – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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