De acordo com a pesquisa ‘Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2023’, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), a taxa de internações na Bahia atribuíveis ao álcool em 2021 foi de 124,5 por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de óbitos foi de 35,3.
“Para se ter ideia, cerca de 18% dos brasileiros exageram na ingestão de álcool”, aponta a socióloga e coordenadora do CISA, Mariana Thibes.
E quando esse consumo excessivo se torna frequente, o próximo passo pode ser o alcoolismo.
“Trata-se de uma doença crônica e multifatorial, onde a quantidade e frequência de uso do álcool e a condição de saúde do indivíduo contribuem para o seu desenvolvimento, além de fatores genéticos, psicossociais e ambientais”, afirma.
O consumo de álcool e o que leva a pessoa a se tornar alcoólatra é algo extremamente complexo, salienta o psicólogo e psicanalista Antonio Neto Adorno.
“Desde abusos e histórico alcoólatra na família, até eventos específicos que acontecem na vida da pessoa, podem desencadear o vício. O álcool é um escape, uma muleta que a pessoa se apoia pelos mais variados motivos. Como qualquer outra droga, a dependência não é só química, mas também psicológica, gerando uma dependência”, enfatiza Adorno.
O alcoolismo pode levar a pessoa a ter doenças hepáticas – como cirrose e câncer, – assim como levar a pessoa à desnutrição, doenças cerebrais e neurológicas, explica o nutrólogo, cirurgião geral e chefe da divisão de Gestão do Cuidado do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA), Rodrigo Pimentel.
“O perfil do alcoólatra é extremamente variado, acometendo todas as classes sociais e raças. O álcool estimula áreas do cérebro que entregam uma falsa sensação de prazer”, explica.
Foto: Rafaela Araújo/Ag. A TARDE