O Prefeito Bruno Reis tem razão em estar comemorando o resultado da pesquisa do Instituto Paraná que lhe dá 68% de aprovação da população, a melhor pontuação entre os prefeitos pesquisados. Tem razão porque isso o coloca como favorito na disputa pela prefeitura de Salvador em 2024, afinal é difícil desbancar um candidato que tem quase 70% de aprovação da população. Mas é sempre bom lembrar que ninguém ganha eleição de véspera e que outros fatores influenciam no resultado do pleito. A composição da chapa, o arco de apoio político, o caminho que João Roma, que disputa o mesmo eleitorado que Reis, e a definição de seus adversários são aspectos a serem avaliados, mas o favoritismo do prefeito neste momento é óbvio.
Para enfrentar esse favoritismo, o governador Jerônimo Rodrigues, líder da oposição ao prefeito, juntamente com o Senador Jaques Wagner e Rui Costa, Chefe da Casa Civil, tem de agir rápido e colocar o time em campo o mais rápido possível. A oposição está como aquele time que nem foi formado ainda e quer enfrentar o líder do campeonato que joga todo entrosado e com apoio da torcida. Mas, atenção, em política tudo é possível e, de novo, não se ganha eleição de véspera, afinal, o próprio Jerônimo foi escolhido pouco antes de começar a partida e ganhou as eleições. Mas não se pode esquecer que nesse caso era o contrário, ou seja, quem estava no poder e com boa avaliação era o governador Rui Costa.
O bom, portanto, era já ter um candidato definido, se possível um nome já conhecido, até o final do ano. Mas tudo indica que não será assim. O PT já avisou que quer um candidato dos seus quadros e aventa nomes que ainda precisam ser trabalhados na cidade; nos bastidores afirma-se que o ex-governador Rui Costa quer, novamente, tirar um nome do colete; e, ao que parece, o grupo não está disposto a apoiar um candidato que não seja do PT. O pior é que, tirando os grandes nomes como Rui, Wagner, etc, se o melhor candidato da oposição neste momento, se o critério for conhecimento e proximidade com Salvador, é o vice-governador Geraldo Jr., do MDB. Mas atenção, isso é apenas uma constatação e nomes, como o do candidato José Trindade, que preside a Conder, também podem ser preparados e aparecerem como alternativa para a população soteropolitana, mas para isso tem de ter estratégia e foco.
Em resumo: por enquanto é cômoda a posição do Prefeito Bruno Reis, que faz uma boa administração e é bem avaliado pela população. Está na mesma posição do ex-governador Rui Costa quando elegeu Jerônimo Rodrigues. Sim, mas aí tinha o fator Lula. Pois é, essa é a grande questão: qual será a força do fator Lula na disputa pela Prefeitura de Salvador? (EP – 12/06/2023)
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