MOEDA BRASILEIRA É UMA DAS QUE MAIS VALORIZARAM EM 2023

O real registrou ganho frente ao dólar em 2023; entre as moedas que registraram queda, a liderança ficou, novamente, com o peso argentino.

Esse movimento aconteceu devido à diminuição do receio dos investidores devido a apresentação da proposta do governo federal para o novo arcabouço fiscal, além da taxa básica de juros seguir em um nível alto. Foi também graças a isso que o real também registrou ganhos frente ao dólar tendo, recentemente, a moeda americana sido cotada abaixo de R$ 5, um dos nos menores níveis desde junho de 2022.

Por falar na taxa básica de juros, também conhecida como taxa Selic, está em 13,75% ao ano, e tem impulsionado consideravelmente o mercado financeiro, onde acontece o “carry trade” – quando se pega dinheiro empresado em um país a uma taxa de juros e se aplica em outra moeda, onde as taxas são mais elevadas -. Este é um dos principais fatores que tem beneficiado a valorização do real e de outras moedas, como o peso mexicano e o colombiano.

Outro detalhe que também tem contribuído com este movimento é a resistência da atividade econômica brasileira que reforçou a percepção de que os juros podem demorar mais tempo para cair, o que ajudou a sustentar o real om um valor abaixo dos R$ 5 ante o valor do dólar americano. Com isso, o real registrou a quarta maior valorização acumulada no ano, com uma alta de 6,97% até a última quarta (17).

Em um ranking promovido pelo portal Valor Econômico, que estabeleceu 33 moedas desenvolvidas e emergentes em sua análise, 17 delas apresentaram uma valorização em 2023, enquanto outras 16 recuaram. A liderança desse ranking ficou com o peso mexicano, que valorizou 10,56%, seguido pelo florim húngaro, com uma valorização de 9,43% e pelo peso colombiano, com um crescimento de 7,34%. Em quarto lugar ficou a moeda brasileira, o real, com um saldo positivo de 6,97% e em quinto lugar ficou o peso chileno, com um ganho de 6,94%.

Por outro lado, entre as moedas com pior desempenho em 2023, o principal destaque foi o peso argentino, que registrou uma queda de 23,84%, em meio ao caos dos problemas econômicos enfrentados pela Argentina, onde a inflação atingiu a impressionante marca de 109,9% no mês passado, quando considerado o acumulado dos últimos 12 meses. Nas demais posições neste registro de baixa ficaram o rand sul-africano, com uma queda de 11,60%, sendo seguidos pela coroa norueguesa, com uma baixa de 9,68%, pelo rublo russo, com um registro negativo de 7,53% e pelo won sul-coreano, com uma queda de 5,49%. Veja o ranking em sua totalidade abaixo.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil