Bahia Econômica – As exportações e importações brasileiras estão em grande parte muito direcionadas à economia chinesa. Com a recuperação do parceiro asiático é possível que exista uma alta no setor na Bahia?
Marcelo Neme – A China é um dos parceiros mais expressivos para o Brasil e também para a Bahia na balança de comércio exterior. De acordo com o Relatório Anual de Comércio Exterior de 2022 da FIEB, o país asiático liderou as exportações e importações nacionais, sendo 26,8% e 22,3% respectivamente, bem como liderou as exportações na Bahia, com 24%, e ocupou o segundo lugar nas importações, com 12,1%.
Vale ressaltar que a recuperação da China não está exclusivamente associada ao comportamento do volume de contêineres movimentados pelo terminal, mas é extremamente benéfica, pois o mercado Chinês tem participação expressiva nesse fluxo, sobretudo para o desenvolvimento de novos negócios, o que é sempre bem-vindo e deve ser estimulado continuamente para que esta janela de oportunidade seja devidamente aproveitada.
Bahia Econômica – Qual a expectativa para o setor de importação e exportação na Bahia em 2023?
Marcelo Neme – Nossa expectativa é que as importações e exportações de contêineres mantenham-se estáveis em 2023, no entanto, acreditamos que o nosso plano de atração de novos negócios possibilitará um incremento a essa expectativa inicial, também impulsionado pela retomada da corrente de comércio exterior com a China, dada a relevância deste enquanto um dos relevantes para a cadeia de exportação e importação brasileira.
Bahia Econômica – A provável chegada da montadora de carros elétricos no sítio da Ford vai interferir no resultado das exportações na Bahia?
Marcelo Neme – Sem a menor dúvida, a chegada da montadora é ótima notícia e contribuirá sobremaneira para o desenvolvimento da produção industrial da Bahia, o que será refletido nas importações e exportações. Vale destacar, como exemplo, que muitos componentes que a montadora utilizará não tem similares no Brasil. Logo, culminará no impacto positivo direto nas importações.