Os juros sobem no mercado futuro da B3, com os investidores repercutindo as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticando a política monetária do Banco Central e as metas de inflação.
Os juros sobem cerca de 0,10 ponto percentual em toda a curva, no segundo dia de altas das projeções, que atrapalham a rolagem da dívida pública.
Ontem, o Tesouro vendeu apenas 23%, ou R$1,267 bilhão, dos R$ 5,567 bilhões oferecidos ao mercado em seu leilão semanal de papéis prefixados, que são mais sensíveis às projeções de taxas de juros. Quando as projeções sobem ou aumenta a incerteza sobre a inflação ou a situação fiscal do governo, o mercado pede juros mais altos como prêmio para comprar papéis longos do Tesouro, que evita endossar as projeções e aceita menos propostas.
O dólar também está em alta hoje, depois de três pregões de queda, e sobe 0,38%, para R$ 5,092. Em entrevista à RedeTV ontem à noite, Lula afirmou que pode buscar rever a autonomia do BC quando o mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, terminar, no fim do ano que vem. “Eu vou esperar esse cidadão terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação o que significou o banco central independente”, disse. Depois acrescentou que não está “na pauta” mudar a independência, mas a taxa de juro, afirmando que o BC brasileiro busca um juro “padrão europeu”.
Para Dan Kawa, da Tag Investimentos, a insistência do discurso do presidente contra o BC e a meta de inflação pode ser um ponto de inflexão relevante e negativo par ao país. “Nem mesmo o panorama global poderá nos ajudar”, disse em comentário no Twitter.
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