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ENERGIA SOLAR SUPERA EÓLICA E SE TORNA A SEGUNDA MAIOR FONTE DA MATRIZ BRASILEIRA

Redação - 04/01/2023 09:04 - Atualizado 04/01/2023

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar) a energia solar saiu praticamente do zero em capacidade instalada na matriz elétrica brasileira para o posto de segunda colocada, atrás das hidrelétricas.

A fonte acaba de superar as eólicas em instalações e bateu a marca histórica de 23,9 gigawatts (GW) de potência, somando as usinas de grande porte e os pequenos sistemas fotovoltaicos de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

O montante equivale a 11,2% da matriz elétrica do país. Desde 2012, os investimentos somaram R$ 120,8 bilhões,). Melhora tecnológica, evolução do mercado no Brasil, redução dos custos e boa qualidade de insolação no território brasileiro criaram condições ideais para que a fonte crescesse. Soma-se ainda a forte política estatal de incentivos para as energias renováveis como pilar de sustentação ao crescimento, de acordo com o projeto Economia da Inovação Energética e Transição do Sistema (EEIST, na sigla em inglês).

Ao Valor, o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, diz que o Brasil está entre os dez maiores mercados do mundo neste segmento, e ainda galgando espaço. “A primeira contratação de energia solar feita pelo governo federal foi em 2014 e apenas em 2017 o Brasil conquistou o primeiro gigawatt matriz. Se formos comparar com o setor eólico, o primeiro leilão deles foi feito uma década antes”, diz o executivo.

O ano de 2022 foi singular nesta trajetória: o setor superou os desafios da oscilação cambial, alta dos fretes, colapso das cadeias de suprimentos da China, congestionamentos em portos, inflação causada pela alta demanda global e reflexos da pandemia. Mesmo assim, o Brasil adicionou 9 GW de potência. Só nos últimos 150 dias, o ritmo de crescimento foi superior a 1 GW por mês.

Com isso, a energia gerada a partir de painéis fotovoltaicos se consolidou como o segmento que mais cresce no setor elétrico, associando a crescente busca por energia limpa e renovável com o apelo do baixo custo.

Ao que tudo indica a energia solar deve continuar crescendo com fôlego. A projeção da Bloomberg é que, até 2050, a fonte deve ocupar a primeira posição da matriz brasileira, superando as hidrelétricas, que têm hoje cerca de 109,7 GW em operação, segundo informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Esse caminho poderá ser traçado de maneira mais ou menos ágil, de acordo com as políticas públicas que forem desenvolvidas, de acordo com o uso que essas tecnologias vão ter em programas governamentais”, diz Sauaia.

Importante destacar que a fonte solar é significativa na matriz por conta da geração distribuída, modalidade de produção de energia gerada principalmente com painéis solares junto ou próxima dos consumidores com limite de até 5 megawatts (MW). Graças à sua versatilidade e agilidade, um sistema no telhado ou um pequeno terreno fica operacional em apenas 24 horas.

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