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INSATISFEITAS, 16 MIL PESSOAS PEDEM DEMISSÃO POR DIA NO BRASIL

Redação - 25/07/2022 06:51

Segundo números de um levantamento feito pela Você S.A, cerca de 500 mil pessoas pedem demissão por mês no Brasil, em outras palavras, significa dizer que 16 mil pessoas desistem de postos de trabalho a cada dia. Dados do Instituto de pesquisa Gallup mostram que 63% das pessoas deixam as empresas por motivos não-financeiros. Mas afinal de contas, o que vem levando as pessoas a se desligarem do trabalho quando há tanto desemprego?

Especialista em gestão de pessoas e sócia fundadora da Véli Soluções em RH, Margot Azevedo explica que esse fenômeno não está acontecendo apenas no Brasil e que, nos Estados Unidos, as demissões também estão em crescimento e até receberam um nome, “The Great Resignation” ou “A Grande Renúncia”.  Países como a China, Índia, Reino Unido, Alemanha e França também experimentam uma nova tendência de pedidos de demissão em número elevado, identificada após a pandemia.

“É como um rearranjo do mercado, onde boa parte da população economicamente ativa do país decide, por vários motivos, pedir demissão de seus empregos. Esse movimento vem sendo protagonizado, principalmente, pelos millennials e também a geração Z”, esclarece.

Margot ressalta que as pessoas estão buscando melhores condições de trabalho, mais satisfação, mais qualidade de vida, mesmo ganhando menos, se for o caso. “A pandemia, de uma forma geral, aproximou todo mundo do que é realmente essencial para cada um. Tem gente trocando de cidade, buscando lugares mais tranquilos, mesmo que isso exija uma mudança de área profissional na qual se sintam menos sobrecarregados, menos estressados e mais felizes”, reforça.

Professora do Curso de Psicologia da Unijorge, na área de Psicologia Organizacional e do Trabalho, Simone Chaves reforça que nesse período de dois anos, quando muitos perderam pessoas para a Covid, se sentiram ameaçados(as) também proporcionou um questionamento a respeito das culturas organizacionais tóxicas, da ausência de inclusão e diversidade na maioria das empresas.

Aliado a isso, muitos profissionais questionaram aspectos dos modelos de trabalho adotados, refletindo sobre as condições laborais, o quanto é exigido aos(as) trabalhadores(as) em relação ao que se recebe como pagamento e reconhecimento; a pressão dos empregadores, cujo discurso apregoa que aqueles(as) que estão empregados(as) deveriam se sentir felizes, frente ao número de pessoas desempregadas e banalizando todo o estresse, pressão que é colocado sobre os(as) trabalhadores(as) para conseguir atingir as metas. “Muitos(as) profissionais têm escolhido trabalhar por conta própria, mesmo com todo o risco que esta escolha implica. Outra questão é que tem segmentos em alta, como a tecnologia da informação e os(as) profissionais com conhecimentos específicos são bastante disputados e, neste caso, já saem para outro emprego”, pontua a psicóloga.

Foto: divulgação

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