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CPI COVID: AZIZ DÁ VOZ DE PRISÃO A ROBERTO DIAS

Redação - 07/07/2021 17:39 - Atualizado 07/07/2021

O presidente da CPI DA Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM) determinou a prisão de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde. O motivo, segundo Aziz, seria o confronto nas falas e alguns áudios e mensagens encontrados no celular do cabo da Polícia Militar Luis Paulo Dominguetti.

“Ele vai ser rescolhido pela Polícia do Sneaod. Está mentindo desde de manhã”, comentou Aziz. Dias afirmou à CPI que as negociações para a compra de vacinas estavam “restritas” à secretaria-executiva da pasta e não tinham relação com o departamento onde trabalhou. No entanto, Dias se contradisse ao afirmar que não negociava vacina, mas confirma que recebeu e-mail da empresa que ofereceu o vacina indiana Covaxin.

Dias foi exonerado do cargo pelo governo de Jair Bolsonaro logo após a denúncia de um suposto pedido de propina, no valor de US$ por dose, se tornar pública, além de ter sido acusado de pressionar de maneira ‘atípica’ a compra da Covaxin.

Entenda:

O pedido de prisão vem após a divulgação de áudios e mensagens registrados no celular do cabo da Polícia Militar Luis Paulo Dominghetti e que estão em poder da CPI. Roberto Dias disse que o encontro no qual o atravessador da Davati afirma ter recebido um pedido de propina foi acidental.

A CNN Brasil divulgou uma série de áudios que dão conta dessa contradição. No dia 23 de fevereiro, dois dias antes do suposto pedido de propina, Dominghetti envia um áudio a um interlocutor, Rafael, às 16h22. “Rafael, tudo bem? A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Em off, pra você saber, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias… e a gente já se falou, né? E quinta-feira a gente tem uma reunião para finalizar com o Ministério”, diz Dominghetti.

O dia do áudio, 23, é uma terça-feira. Quinta-feira, quando Dominghetti cita já ter uma reunião marcada para “finalizar com o Ministério” é exatamente o dia 25, quando houve o jantar em um bar em Brasília no qual Dias teria pedido propina.

Ainda segundo a CNN, no dia 25, quando ocorre o suposto pedido de propina, Dominghetti recebe um áudio de um aliado, Odillon, o homem que o ajudou a fazer contato com militares que, segundo ele, abriram portas no Ministério da Saúde. Na mensagem, Odillon pergunta: “Queria ver se vocês combinaram alguma coisa para encontrar com o Dias”. Isso foi às 14h51.

No dia 26, após ter tido uma reunião com Roberto Dias no Ministério da Saúde, Dominghetti volta a enviar mensagem ao interlocutor Rafael. Ele diz que havia acabado de sair da pasta. A mensagem foi enviada às 17h16. A agenda oficial da pasta registra o encontro às 15h.

“Rafael, acabei de sair aqui do Ministério. Tudo redondinho. O Dias vai ligar pro Cristiano (representante da Davati no Brasil) e conversar com o Herman (CEO da Davati) ainda hoje, tá. Ele tá afinando essa compra aí, várias reuniões certificando a turma de que a vacina já está à disposição do Brasil”, diz Dominghetti. Ele finaliza o áudio dizendo que estão discutindo como seria o pagamento. “Se for da Astrazeneca, melhor ainda”.

Após o anúncio da prisão, a advogada do depoente tenta contornar a situação.

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