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VEJA 15 EMPRESAS DE VENDA DIRETA PARA GANHAR RENDA EXTRA

Redação - 20/05/2021 07:14

Aquela venda de porta em porta não é mais igual a antes, mas continua como uma alternativa de ganho extra, sobretudo, na crise. Os catálogos se digitalizaram, cada um pode montar sua própria lojinha virtual. As vendas acontecem até mesmo via redes sociais como o Whastapp. Mesmo que esse revendedor não precise entrar mais na sua casa, com certeza, algum cliente já recebeu uma mensagem com uma boa oferta ou promoção hoje. E já passam de 230 mil o número de pessoas que trabalham com venda direta na Bahia. Esse valor representa um crescimento de 5,8% no último ano, comparado ao ano anterior, conforme o levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) — entidade que representa empresas do setor como Natura, Avon, Herbalife, Mary Kay, Tupperware, por exemplo.

A crise econômica passou distante do setor, que viu o crescimento das vendas pelo e-commerce como aliado para levantar ainda mais esses números. Segundo a associação, a remuneração média da maioria das pessoas que trabalham com venda direta (51%) é de até R $3.135. Em 31% dos casos, a atividade é a principal renda do orçamento familiar. O desemprego, é outro fator que contribuiu para o aumento de vendedores, diante da necessidade desse incremento na renda. Isto porque, a Bahia atingiu o triste recorde para o período na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre encerrado em janeiro, a taxa chegava aos 20%. No total, são 1,272 milhão de desempregados no estado.

“A venda direta se tornou Social Selling – ou seja, a compra por indicação e relacionamento – o que se tornou uma oportunidade para empreender ou complementar renda, especialmente nesse período financeiro complicado. Inclusive, a digitalização foi um dos grandes focos de investimento do setor durante a pandemia e tornou-se uma grande ferramenta para que esses representantes possam continuar vendendo e gerando renda mesmo durante o isolamento”, destaca a presidente da associação, Adriana Colloca.

O mesmo levantamento aponta que 52% dos empreendedores revendem produtos do mercado de cosméticos e cuidados pessoais e 22%, roupas e acessórios. Mais da metade dos vendedores são mulheres (58%) e 42%, homens. Com relação aos canais de venda, 53,3% preferem os meios digitais para aumentar seus ganhos e utilizam a internet, Whatsapp e redes sociais para fazer as vendas. Só 18,3% mantem o esquema de venda presencial na residência ou trabalho do cliente.

É o caso de Caren Dallarosa que trabalha com vendas  na Magalu, Natura,Clube Santuu (seguros de bikes). Todos de forma online. Durante a pandemia, ela conta que conseguiu vender R$ 17 mil no e-commerce da Magalu, em apenas um mês. “Comecei em agosto do ano passado. Utilizo Instagram e lista de transmissão no Whatsapp. Meu foco são pessoas conhecidas ou grupos afins em redes sociais para divulgação. Vendo muito itens para casa, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos e televisores”.

Há quase três anos, Eliziane Caldas, também buscou uma oportunidade de ganho com as vendas diretas quando se tornou consultora de beleza da Natura. Antes da pandemia, ela tirava R$ 2 mil por mês. Atualmente, essa renda dobrou e, a depender do mês ela chega a tirar R$ 5 mil. Nove em cada dez vendas que ela faz são através de redes sociais.

“Eu tive ganhos que não imaginava. As pessoas que não compravam de maneira digital, passaram a comprar. Hoje, 90% das minhas vendas são por meios digitais. Como tenho um canal no Youtube, eu resolvi vender e era uma forma de adquirir os produtos com um desconto e fazer resenha. Quando comecei a ter esse espaço, decidi agregar e comecei a divulgar meu link da Natura e disponibilizar cupons de desconto. Fui ter sucesso nas vendas a partir disso. Em seguida, parti para o Instagram”, diz.

Já  a consultora Fernanda Figueiredo, migrou do físico para o online, onde faz venda direta de pacotes de viagens na  Agência Escolhi Turismo. Ela faz vendas ainda, em uma plataforma de cursos online.  “Trabalhava em uma loja física. Um pouco antes da pandemia eu resolvi fazer carreira solo. As pessoas que fecham comigo são trazidas para o Whatsapp. E é tudo por via digital, até mesmo a assinatura do contrato. Como gosto de trabalhar com consultoria, acabo utilizando muito as plataformas de reunião Meet, Google para vender os pacotes e me aproximar mais do cliente durante o atendimento online. Quem trabalha com vendas, vende qualquer coisa”.

Cenário favorável

O setor não tem mesmo do que reclamar: no ano passado foram comercializados bilhões de itens (produtos e serviços) por venda direta no Brasil, que geraram um volume de negócios cerca de R$ 50 bilhões, ou seja, 10,5% maior que 2019. Empresas como a Natura registraram um aumento de 63% nas vendas por plataformas digitais na Bahia, no período da pandemia.  No final de 2020, a marca de cosméticos chegou a quase 1,1 milhão de lojas online de consultores Natura – 49% a mais do que no ano anterior – com um aumento significativo no número de pedidos (mais de 40%) e de visitas (acima de 50%) no mesmo período.

“Nesse processo de venda direta, o nosso maior desafio foi a digitalização. As mídias digitais amplificam a relação da consultora com os consumidores. E percebemos esse movimento. A Natura já vinha fazendo o movimento de construção do digital, mas a pandemia exigiu que a gente acelerasse o processo. Criamos uma série de ferramentas, uma revista digital, mais eventos e treinamentos online”, ressalta o diretor de vendas regional da Natura, Ithamar Guerra.

A consultora  ou consultor pode personalizar a postagem, ou mandar uma promoção personalizada. “É uma forma direta de empreender, uma venda simples, que gera uma renda rápida. A gente lançou algumas ferramentas, e a principal delas é a revista interativa, em que a consumidora escolhe e o produto já vai para uma sacola. Isso facilitou muito, já que, até então, a venda direta era muito baseada na revista impressa. Com isso, decidimos igualar a comissão do digital e do presencial”, complementa.(Correio)

Foto: divulgação

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