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EDITORIAL: COM LICITAÇÃO DA FERROVIA OESTE-LESTE, BAHIA TERÁ CORREDOR DE EXPORTAÇÃO E CONCORRENTES TENTAM ADIAR O LEILÃO

Redação - 16/03/2021 09:36 - Atualizado 16/03/2021

Com a licitação do trecho entre Caetité e Ilhéus prevista para o dia 8 de abril,  a Ferrovia Oeste-Leste começa a gerar impacto e reportagem da edição de hoje (16) do  Valor Econômico mostra que é grande a disputa entre grupos interessados na exploração da ferrovia e aqueles que temem a implantação de um grande corredor de exportação na Bahia. Prova disso é a reportagem publicada na edição desta terça-feira no Valor Econômico, com um viés nitidamente contrário à ferrovia. A reportagem aborda críticas antigas relacionadas ao impacto no meio ambiente e a construção  das barragens de rejeitos.

Na verdade, o Brasil tem hoje uma das legislações mais rigorosas do mundo nessa área, após a lei que estabeleceu a Política Nacional de Segurança de Barragens, e a Bamin Mineração, empresa que explora a mina Pedra de Ferro, está cumprindo as condicionantes exigidas e a questão do impacto ambiental foram analisadas pela Agência Nacional de Mineração.

Analistas ouvidos pelo Bahia Econômica, afirmam que a publicação atende ao interesse de concorrentes que estão preocupados com o fato de que a exploração da mina e a disponibilidade da ferrovia fará da Bahia o 3º maior produtor nacional de minério de ferro. Além disso,  com a conclusão do segundo trecho, de Caetité até Barreiras, que tem mais de 45% de execução física, estaria formado um corredor de exportação que, com  a conclusão do terceiro lote, de Barreiras a Figueirópolis (TO), passaria a ser altamente competitivo, devido à conexão. E ainda há um fator:  a viabilização da Ferrovia de Integração Centro Oeste (Fico), que fará a conexão entre o Mato Grosso e a ferrovia Norte-Sul, que formará  um novo corredor de escoamento agrícola, do Centro-Oeste até o porto em Ilhéus. Muitos estados estão preocupados com que grande parte dos grãos produzidos possam sair por portos baianos.

A concessão para o trecho Caetité e Ilhéus será internacional e o lance mínimo será de R$ 32,7 milhões pela outorga, além de pagamentos de trimestrais da outorga variável. A Bahia Mineração busca parceria para concorrer, mas há outros interessados, inclusive a VLI (empresa da Vale, Mitsui, FI-FGTS, Brookfield e BNDES), que abandonou a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que cruza a Bahia e não faz investimentos na ferrovia há mais de 20 anos.

A reportagem do jornal Valor Econômico desta terça-feira busca fornecer argumentos para adiar a concessão e viabilizar a participação de grandes conglomerados. Analistas afirmam que também não é do interesse de vários estados a formação de um novo corredor de exportação com foco no agronegócio e na mineração. A Bahia precisa estar atenta, pois a Ferrovia Oeste-Leste é fundamental para o seu desenvolvimento e são muitos os interessados em impedir a construção de um corredor de exportação competitivo no seu território.

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