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JORNAL A TARDE- ARMANDO AVENA: A ECONOMIA, O LOCKDOWN E A GUERRA CONTRA A COVID

Redação - 04/03/2021 07:25

Como numa guerra, a Covid-19 desferiu um ataque frontal contra a vida e a economia. E atingiu em cheio uma cidade como Salvador que está amanhecendo com até 300 pessoas na fila de regulação em busca de UTI. E feriu a economia porque os pequenos  empresários e os trabalhadores informais, que estão há mais de um ano sofrendo as consequências econômicas da pandemia, foram de novo obrigados a fechar seus negócios.

Como numa guerra, não é hora da população brigar ou buscar culpados, mas de se unir para vencer o inimigo. Nesse sentido, há que aplaudir o governador Rui Costa, o prefeito Bruno Reis e os prefeitos da RMS que juntos assumiram o desgaste de implantar um lockdown parcial até a próxima segunda-feira. Merece aplauso também as lideranças empresariais que declararam que a vida está em primeiro lugar e acataram as medidas mesmo alertando para o risco de desemprego e quebra de empresas.

“É melhor acender uma vela do que praguejar contra a escuridão”, diz o adágio popular e  as medidas restritivas são a luz que pode impedir uma escuridão maior.  Como na guerra, o lockdown parcial é um recuo estratégico, para que o estado possa reunir suas forças, abrir mais leitos de UTI e vacinar mais pessoas. E não existe dilema algum entre saúde e economia, afinal quantas pessoas – com exceção daqueles que estão se lixando para o que acontece com o próximo –  estariam dispostas a ir a shoppings centers, a ir cear nos restaurantes e festejar nos bares sabendo que o colapso no sistema de saúde é iminente e que pessoas estão morrendo por falta de leitos de UTI ou por falta de oxigênio?

Além disso,  estudo recente da Universidade de Chicago, intitulado Fear, Lockdown and Diversion: Comparing Drivers of Pandemic Economic Decline 2020, demonstra que o colapso na atividade econômica no ano passado foi mais influenciado pelo retraimento espontâneo da demanda do que por medidas restritivas. O lockdown era indispensável, mas, ao mesmo tempo, é urgente que o governo federal e o Congresso Nacional aprovem o auxílio emergencial e o programa de suspensão de contratos ou redução de salários e jornadas para assim evitar um desastre econômico.

Além disso, as associações de classe, as lideranças empresariais e políticas  precisam se mobilizar para exigir a compra em grande quantidade de vacinas. A vacinação é o  antídoto contra o fechamento de lojas e contra novos lockdowns e a sociedade brasileira precisa de vacinas em quantidade suficiente para agilizar o processo de vacinação e poder chegar a julho com mais de 50% da população vacinada. Se isso acontecer é possível que a economia  possa se recuperar no 2º trimestre.

                              RÔMULO ALMEIDA E A SDE

O vice-governador João Leão deixa a SDE – Secretaria de Desenvolvimento Econômico fazendo homenagem ao mais importante nome da economia baiana. O prédio da SDE no Centro Administrativo vai se chamar Edifício Rômulo Almeida, economista responsável por trazer para nosso estado empreendimentos como a Petrobras, o Polo Petroquímico, o Centro Industrial e outros. Leão lembra que esses empreendimentos geram ainda hoje cerca de 50% da arrecadação do Estado e afirma que Rômulo foi o “baiano mais progressista da História”. Tive o prazer de trabalhar cotidianamente com Dr. Rômulo, indicado por ele para recriar e presidir a Fundação CPE em 1985, e concordo inteiramente com o vice-governador.

                                              OS CHINESES E A BAHIA

João Leão informa a esta coluna que quando os chineses reservaram US$ 3 bilhões para a construção da ponte Salvador-Itaparica a cotação do dólar estava em R$ 2,20. Como agora está em R$ 5,75 sobrou dinheiro e, com isso, eles estariam interessados em investir, sob a forma de Parceria Público Privada, nas estradas baianas, especialmente na BA 001 e na ligação entre Luiz Eduardo Magalhães e Salvador, o que poderia aumentar o tráfego na ponte. O vice-governador está apostando também na prospecção de minérios ao longo do eixo da Ferrovia Oeste-Leste, 100 km de cada lado, o que, segundo ele, já vem sendo feito pela CBPM que já teria encontrado ouro, magnésio e novas jazidas de ferro.

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