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MATEMÁTICA É A MATÉRIA QUE BAIANOS TÊM MAIOR DIFICULDADE

Redação - 02/12/2020 07:10

Os números estão deixando os baianos de cabelo em pé. Na comparação com a média nacional, é na matemática que o desempenho dos alunos do estado fica mais baixo. Enquanto a nota média brasileira na disciplina é de 523 pontos, os baianos alcançam 500 pontos do máximo de mil permitidos pelo sistema de avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apesar de não ser a matéria com a média mais baixa da Bahia, posto ocupado pela prova de ciências da natureza com média de 464 pontos, a prova de matemática deixa os alunos na dianteira em relação ao resto do país. Colocando lado a lado as notas, a diferença entre Bahia e Brasil é de 23 pontos, uma diferença maior inclusive do que a encontrada nas provas de ciências da natureza, onde as médias do estado e do país ficam em 464 e 477, respectivamente.

Para entender o porquê dessa diferença e da dificuldade dos baianos com a matemática, o CORREIO conversou com professores da área que apontam o que pode levar a uma dificuldade maior com os números e também dão dicas para enfrentá-los. Com mais de 20 anos de sala de aula e experiência nos ensinos público e privado, a professora Elvira Cavalcanti explica que  um dos principais motivos por trás das dificuldades está nos anos anteriores aos preparatórios para o Enem. Segundo a profissional, é preciso investir na base. “Muitas vezes, o aluno já chega achando que matemática é aquele bicho de sete cabeças e que ele não vai conseguir. E trava. Na verdade, falta base para que o aluno comece desde cedo a desenvolver o raciocínio, a forma de pensar”, diz a professora dos colégios estaduais Manoel Devoto e Evaristo da Veiga.

A base da matemática é justamente um dos pontos-chave da prova, que desta vez será aplicada no dia 21 de janeiro. “Apesar de ser exame para o ensino médio, o Enem cobra muito a matemática do ensino fundamental, que a gente costuma chamar de matemática básica. É ela que mais cai na prova. Então, o aluno precisa se debruçar nessa base, que inclui regra de três, razão, proporção e porcentagem. Um outro assunto muito cobrado é a geometria. Os outros assuntos acabam sendo abordados em menor proporção”, diz o professor Adriano Caribé, que ensina no Colégio Anchieta e no curso preparatório PontoMed.

Para os mestres, um bom preparo nos anos que antecedem o ensino médio e a preparação de fato voltada para os vestibulares faz toda a diferença. “Sempre digo para os alunos que muita coisa do Enem é resolvida com assuntos de ensino fundamental. Só que é muito difícil pegar um aluno mais novo que já tenha maturidade ou que tenha enfrentado os anos anteriores de forma a criar uma base”, comenta  Bruno Gustavo Reis, especialista em  Matemática e Novas Tecnologias e professor do Instituto Dom de Educar (Rede UniFTC).

O estudante Guilherme Queiroz, 16 anos, está no segundo ano e já pensa nas provas de vestibular. “No caso específico da matemática, pra mim depende um pouco do assunto. Tem assuntos que eu acho incríveis e adoro estudar, resolver as questões. Tem outros que já não me dou tão bem”, conta o jovem, que quer estudar Medicina e já vai fazer as principais provas de vestibular para treinar. “Todo assunto que não é muito direto e depende muito de interpretação da questão, que tem muitas possibilidades de caminhos para resolver eu fico confuso”, conta ele, que reserva pelo menos três vezes por semana para resolver as questões da matéria.(Correio)

Foto: divulgação

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