O ministro da Educação, Milton Ribeiro, tentou se justificar em relação a uma entrevista que deu ao jornal Estado de S. Paulo em que fez declarações homofóbicas. Na conversa, Ribeiro disse que gays vêm de “famílias desajustadas”. Ontem, durante viagem a Londrina, no Paraná, ele afirmou que tem suas “próprias convicções” sobre o tema, como pastor, mas é “ministro de todos”.
“Naturalmente eu tenho minha liberdade também de opinião e ali eu estava me referindo não propriamente aos adolescentes, mas às crianças. Eu respeito muito as opções como ministro de estado. Como pastor eu tenho minhas próprias convicções, mas, como ministro de estado, eu sou ministro de todos”, afirmou Ribeiro, que visitou a nova sede do Instituto Federal do Paraná (IFPR).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu para que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra um inquérito para investigar crime de homofobia, baseando-se na declaração que foi publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”. Na entrevista, Ribeiro foi questionado sobre educação sexual ensinada em aulas – ele disse que era importante para evitar gravidez precoce, mas afirmou que questões de gênero e homossexualidade não deviam ser debatidos. Relacionou então os homossexuais a “famílias desajustadas”.
“Acho que o adolescente, que muitas vezes, opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato, e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, disse o ministro. Em nota de esclarecimento publicada no sábado, ele afirmou que sua fala foi interpretada “de maneira descontextualizada” e que nunca teve intenção de discriminar ou inventivar a discriminação de ninguém.
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