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ELEIÇÕES FAZEM VIOLÊNCIA AUMENTAR NOS EUA

Redação - 02/09/2020 09:22

Com a proximidade das eleições a violência tem se destacado nos Estados Unidos.  Os confrontos que deixaram três mortos em protestos antirracistas alimentaram temores de uma escalada na medida em que o país profundamente dividido se aproxima das eleições presidenciais. Tudo isso entre uma crise econômica, uma pandemia e a pior agitação social desde os anos 1960. O presidente Donald Trump, na esperança de obter um segundo mandato em novembro apesar da crise, visitou nesta terça-feira (1º) Kenosha, cidade do estado de Wisconsin onde a violência eclodiu na semana passada depois que um policial atirou — sete vezes e pelas costas — em um homem negro.

O governador do estado, o democrata Tony Evers, pediu em vão a Trump que reconsiderasse sua visita, alertando-o de que isso “atrapalharia o luto” dos habitantes ainda traumatizados com os acontecimentos. Um dos moradores, Gregory Bennett, disse que não se sente mais seguro na pequena cidade às margens do Lago Michigan. Isso porque, na última terça-feira, um jovem de 17 anos, obcecado por milícias de extrema direita, matou duas pessoas a tiros em um protesto. Os moradores brancos “estão com medo, estão procurando um motivo para se defender, e temos pessoas aqui [das milícias] que procuram motivos para atacar”, disse Bennett, um ex-soldado que diz que não sai mais de casa sem colete à prova de bala e um revólver na cintura.

Nos EUA, onde o direito à autodefesa faz parte da identidade nacional, 30% dos adultos possuem pelo menos uma arma de fogo. Também houve tiroteios no fim de semana em Portland, Oregon, onde manifestantes de esquerda há três meses entram em confronto com a polícia frequentemente. Enquanto um grupo de apoiadores de Trump enfrentava a manifestação, um deles foi baleado e morto em circunstâncias ainda desconhecidas. Com a aproximação das eleições, “certamente poderia haver mais tiroteios”, afirmou Spencer Sunshine, pesquisador de grupos de extrema direita nos Estados Unidos.

Grupos extremistas sempre existiram nos EUA, disse Sunshine, um especialista independente. Depois que Trump ganhou a eleição de 2016, grupos de extrema direita entraram muitas vezes em conflito com grupos de esquerda em Seattle, também no Oregon. As armas se tornaram particularmente visíveis a partir de 1º de maio, quando centenas de homens com rifles de assalto tentaram entrar no Capitólio do estado de Michigan para protestar contra as medidas de contenção à pandemia de coronavírus. Sunshine acredita que essa demonstração de força também ilustra a chegada de novos recrutas à extrema direita. “Não há mais apenas brancos nacionalistas nos confrontos”, disse o especialista, destacando que populistas de direita, milicianos e conspiradores que apoiam Trump também estão aparecendo agora, motivados pela “ansiedade social sobre o que acontecerá no país”.

Foto: divulgação

 

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