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ENTREVISTA : FERNANDO ROCHA, DIRETOR REGIONAL DE OPERAÇÕES BA/SE DO GRUPO JCPM, QUE ADMINISTRA O SALVADOR SHOPPING E O SALVADOR NORTE

Redação - 10/08/2020 07:00 - Atualizado 10/08/2020

Por: João Paulo Almeida 

Bahia Econômica – Como o senhor está avaliando esse retorno dos shoppings na questão da movimentação?

Fernando Rocha – O retorno foi dentro do esperado nos dois shoppings, cerca de 40% da média de fluxo normal. Então, temos consciência de que esta é uma retomada gradual e isso é importante para a segurança de todos. Nos primeiros dias de retorno, notamos um consumidor mais objetivo. Vai ao shopping para comprar o que precisa e retorna para a casa. Ou seja, deve se manter um fluxo abaixo do normal, mas com uma conversão de vendas boa. Essa percepção também ocorreu nas demais praças onde o Grupo JCPM tem atuação, como Fortaleza e Recife, há algumas semanas.

BE – Qual a expectativa do setor para os feriados que ainda restam no ano, a expectativa é que as vendas aumentem?

FR – Qualquer percentual agora seria especulação. Estamos voltando pós um período totalmente atípico, com características que nunca foram vivenciadas por nós. Mas o que podemos dizer é que nós e os lojistas estamos otimistas em retomar as atividades e voltar a trabalhar intensamente para atender os clientes.

BE – Varios shoppings da capital foram acionados na justiça pelos sindicatos dos lojistas do estado da Bahia impedindo qualquer tipo de cobrança nesse período de pandemia. Como o senhor avalia essa medida?

FR – Por ser algo nunca vivenciado, exige muita cautela em qualquer análise. Nós, desde quando iniciou a pandemia, adotamos medidas de apoio aos lojistas que foram possíveis no momento e sempre visando a sustentabilidade do negócio como um todo. Entre elas, a suspensão inicial do valor mínimo do aluguel. Desde abril, passamos a conceder descontos de 100% do valor do aluguel mínimo e reduzir consideravelmente outras despesas como condomínio e FPP, enquanto estávamos fechados.

BE – Qual a expectativa do setor para esse ano de 2020?

FR – Toda a cadeia produtiva foi afetada pela pandemia. A expectativa é de unir esforços para retomar as vendas com responsabilidade e cuidado.

BE – Qual a expectativa do setor para geração de empregos nesse segundo semestre e as festas de final de ano?

FR – Ainda é cedo para avaliar porque estamos caminhando para a segunda semana em funcionamento e com operações ainda fechadas, em virtude do faseamento estabelecido pela Prefeitura. Também não sabemos como o cenário estará até lá. Mas preferimos sempre nos manter otimistas para a retomada da economia.

BE – Quais as principais novidades que os estabelecimentos vão trazer nesse segundo semestre para atrair os consumidores?

FR – Entendemos que estamos retomando nossas atividades com a preocupação de atender a todas as normas vigentes e garantir medidas de segurança para nosso público, a fim de que se sintam confortáveis em visitar nossos empreendimentos. Mas, as plataformas online em que compras podem ser realizadas em diversas lojas dos shoppings serão continuamente trabalhadas. Semana passada, por exemplo, de quinta a domingo (30/07 a 02/08), o Salvador Shopping promoveu a primeira grande liquidação online, através da ferramenta www.salvadorshoppingonline.com.br. Também lançamos recentemente a plataforma Online do Salvador Norte. Assim como manteremos o serviço Drive Thru nos dois shoppings. Nosso relacionamento com o consumidor, que sempre recebeu serviço de excelência, continuará recebendo atenção, e este é o nosso foco para os próximos meses.

BE – Como o senhor avalia o tempo que Salvador ficou em quarentena com os shoppings fechados? O senhor acredita que a prefeitura demorou muito para elaborar os protocolos?

FR – Ao longo da suspensão das atividades, usamos o tempo para nos adaptar e isso trouxe muitos desafios e aprendizados para todos. Alguns lojistas precisaram apenas ajustar a operação, pois já atuavam com e-commerce, por exemplo. Já para outros, a venda online era uma grande novidade e oportunidade para se reinventar, fator que gerou muitas dúvidas no primeiro momento. Foi preciso entender a dinâmica, os anseios dos seus clientes, criatividade para comunicar sobre essa nova forma de venda, ampliar a divulgação nas redes sociais, treinar os funcionários para esse trabalho corpo-a-corpo para esclarecer dúvidas, estreitar o relacionamento, promover uma interação quase que integral no ambiente virtual e a importância de atender com excelência, velocidade e dinamismo os consumidores. Outro ponto foi a dinâmica de retirada dos produtos do drive thru dos shoppings, onde deixamos uma equipe voltada para esse apoio. Estivemos sempre em contato com os órgãos públicos e, em parceria com a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), auxiliamos na elaboração deste protocolo. Entendemos que era necessário um esforço conjunto e iniciar o processo de reabertura com responsabilidade e cuidado com a saúde de todos.

Foto: divulgação

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