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ENTREVISTA LUCIANO LOPES – PRESIDENTE DA ABIH-BAHIA

Redação - 03/08/2020 07:00 - Atualizado 03/08/2020

Bahia Econômica: O turismo tem sido um dos segmentos mais prejudicados pela quarentena. Existem setores que estimam um nível de fechamento de hotéis bares e restaurantes chegando a 50% no período pós-pandemia. Na sua opinião, qual será o principal impacto do isolamento social no turismo da Bahia?

Luciano Lopes: O setor hoteleiro na Bahia interrompeu praticamente todas as atividades em decorrência da pandemia. Atualmente 95% dos Hotéis da Bahia estão fechados, sem faturamento há mais de 110 dias e cada vez mais as pessoas estão perdendo seus empregos. A perspectiva no curto prazo não é favorável. Por isso, desde o início da pandemia, a ABIH-BA passou a buscar intensamente o apoio dos governos e das mais diversas esferas para garantir a sobrevivência econômica do segmento para evitar uma degradação ainda maior do setor.

BE- O turismo sempre foi um dos que mais empregam na Bahia e no Brasil. Na sua opinião, qual será o principal impacto do isolamento social para geração de empregos e demissões no turismo no período pós pandemia?

LL: O setor da hotelaria é responsável por gerar emprego e renda para milhares de pessoas e com o fechamento dos hotéis, muitos estabelecimentos não conseguiram manter as demandas trabalhistas. Em Salvador, 30 mil empregos diretos estão ligados ao segmento. Nossa luta é também para que ao passar a crise, todos possam ter seu emprego de volta. Inclusive, a ABIH-BA tomou a iniciativa de criar um banco de currículos no portal da entidade. O objetivo é que essas pessoas se cadastrem e, em breve, os hotéis possam consultar quando precisarem fazer novas contratações.

BE- Como o senhor avalia as medidas do governo federal como liberação de crédito e isenção de pagamentos como forma de sustentar o turismo nesse período de portas fechadas?

LL: Uma das conquistas da ABIH-BA para o setor foi o convênio com o Banco do Nordeste com objetivo de ampliar as oportunidades de obtenção de crédito para os associados visando levar capital de giro para os hotéis, em conformidade com as medidas do Governo Federal. O adiamento no pagamento dos impostos também foi importante para reduzir o impacto no fluxo de caixa dos hotéis, transferindo obrigações de curto prazo para médio prazo, dando mais fôlego para os hotéis.

BE- Na sua opinião, os bares e restaurantes devem reabrir?

LL: Os bares e restaurantes devem ser reaberto desde que seja de forma progressiva e de acordo com os protocolos de segurança, contribuindo com o aumento da demanda por parte dos turistas.

BE- Qual a sua expectativa para o resultado final do turismo no ano de 2020?

LL: Estamos trabalhando junto com os hotéis para funcionar pós-pandemia. Acreditamos que tanto para os hotéis que se mantém abertos, quanto para os que se preparam para a reabertura, é importante o cuidado e investimento para adequar seu empreendimento às novas recomendações, cada qual dentro de suas possibilidades, de modo a garantir um ambiente seguro e atender às novas expectativas dos clientes que em breve voltarão a viajar.

BE- Existem alguns grupos de investidores que planejam fazer um mega réveillon virtual. A medida atinge diretamente um dos principais produtos da capital baiana no turismo que é o festival da virada. Como o senhor avalia essa possibilidade de réveillon virtual?  Como estão os acertos iniciais para o réveillon de Salvador?

LL: O cenário ainda está muito incerto para podermos ter uma posição se haverá réveillon nas cidades ou não. Vai depender da evolução da pandemia.

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