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LATAM PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL NOS ESTADOS UNIDOS

Redação - 26/05/2020 07:26

O grupo Latam e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos entraram nesta terça-feira (26) com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em razão dos impactos da crise do coronavírus na operação da companhia. As unidades do grupo no Brasil, Argentina e Paraguai não estão envolvidas no processo de recuperação.

Em nota, a companhia informou que o processo de reestruturação permitirá um trabalho “com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida, acessar novas fontes de financiamento e continuar operando, enquanto adapta seus negócios a essa nova realidade”.

A empresa segue em atividade, mas devido ao fechamento de fronteiras o número de voos é reduzido. Fruto da fusão entre a brasileira TAM e a chilena LAN, a empresa operava antes da crise 1.400 voos diários em 26 países, transportava 74 milhões de passageiros por ano e empregava 42 mil funcionários. Em abril, ela havia reduzido 95% de seus voos e em maio havia anunciado a demissão de 1.400 funcionários.

“Implementamos uma série de medidas difíceis para mitigar o impacto dessa disrupção sem precedentes no setor, mas, no fim das contas, esse caminho é a melhor opção para estabelecermos as bases certas para o futuro do nosso grupo de companhias aéreas”, afirmou, na nota, o presidente da Latam, Roberto Alvo.

O grupo informou ainda que “está comprometido em preservar a continuidade dos negócios à medida que se reorganiza – especialmente em relação a funcionários, clientes, fornecedores, parceiros comerciais e comunidades locais. Sobre a sua unidade no Brasil, a companhia informou que “a entidade da LATAM no Brasil está em discussão com o governo brasileiro sobre próximos passos e suporte financeiro às operações brasileiras”.

A recuperação judicial serve para evitar que uma empresa em dificuldade financeira feche as portas. É um processo pelo qual a companhia endividada consegue um prazo para continuar operando enquanto negocia com seus credores, sob mediação da Justiça.

A Latam informou também que:

  • suas afiliadas continuarão operando voos de passageiros e de carga, sujeitos a restrições de demanda e de viagem;
  • todas as passagens atuais e futuras, vouchers de viagem, pontos e benefícios do programa Latam Pass, bem como políticas de flexibilidade, serão respeitados;
  • funcionários do grupo continuarão sendo pagos e receberão os benefícios previstos em seus contratos de trabalho;
  • fornecedores serão pagos em tempo hábil pelos bens e serviços entregues a partir de 26 de maio de 2020 e ao longo desse processo; e
  • agências de viagens e outros parceiros comerciais não sofrerão interrupções em suas interações com o grupo.

A Latam é a segunda companhia aérea da América Latina a buscar abrigo na legislação americana de falências, depois da Avianca Holdings. As companhias aéreas, fortemente impactadas pela crise do coronavírus e sem perspectiva de recuperação em vários anos, iniciaram processos de demissão em massa, chegando a cortar milhares de empregos.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) prevê um caminho longo de recuperação para o setor aéreo, após a crise provocada pela pandemia da Covid-19. Na avaliação da entidade, em 2025, o setor aéreo global ainda será 10% menor do que era no ano passado. A associação, que reúne 300 empresas aéreas no mundo, estima que o mercado de voos domésticos não voltará aos níveis de 2019 antes de 2022. A recuperação do mercado de voos internacionais virá depois disso.

Foto: divulgação

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