O PIB brasileiro cresceu 0,6% no 3º trimestre do ano, e já registra crescimento de 1,2% nos últimos 12 meses, mas neste país polarizado, envolto num verdadeiro BA x VI político, poucos se perguntam a razão desse crescimento. Pois bem, é hora de fazer justiça e dizer que esse bom desempenho foi possível não apenas pela política econômica do Ministro Guedes, mas também por conta do governo Temer. Apesar do desastre político que representou para o país, Temer entregou a Bolsonaro uma “herança bendita”, um país arrumado sob o ponto de vista econômico.
A herança que Temer deixou para Bolsonaro incluiu a redução da inflação, que caiu de 9% para cerca de 3%, a redução dos juros de 14% para 6,5%, uma reforma trabalhista aprovada e a implantação do teto de gastos que deu início ao controle do gasto público. É verdade que o Ministro Paulo Guedes manteve e ampliou essa política, mas grande parte da sustentabilidade do crescimento do PIB brasileiro está dada pelo carry over gerado no governo Temer, representado por 2 anos crescendo pouco, cerca de 1%, mas crescendo e preparando o país para deslanchar.
É por isso, por essa persistência na manutenção dos indicadores, que é possível afirmar que o crescimento do PIB não é um voo de galinha, que eleva-se num trimestre para desabar no outro, é um crescimento qualitativo baseado no aumento dos investimentos privados, que cresceram 2%, e no no aumento do consumo das famílias, que cresceu pelo décimo trimestre consecutivo. O crescimento do PIB não está baseado no gasto público, que está caindo, nem nas exportações, mas no aumento gradual e constante do consumo das pessoas.
E isso está ocorrendo porque a inflação baixa mantém o poder de compra, os juros baixos barateiam o crédito e a confiança de que não haverá mais aventureirismos na economia faz o empresário investir. O fato é que o Brasil está voltando a crescer e a ampliação da produção de embalagens sinaliza que já é possível estimar um crescimento superior a 2,5% em 2020. Ou seja, se o presidente Bolsonaro, que esta semana quase desafia Leonardo de Caprio para um duelo, não declarar guerra a Hollywood, aos homossexuais e aos ambientalistas a economia brasileira vai crescer de forma sustentável em 2020.
A BAHIA EM 2020
Em palestra para os lojistas do Shopping Barra, na última quinta-feira, afirmei que 2020 vai ser um ano de crescimento para a economia baiana. Já há sinais desse crescimento na construção civil, no agronegócio, no turismo e em alguns setores industriais. E, diferente do que acontece no Brasil, onde todo o crescimento está sendo puxado pelo setor privado e o investimento público está caindo, na Bahia o investimento público está se ampliando e potencializando efeitos positivos em outros setores. Em Salvador, por exemplo, as obras do governo do Estado e da Prefeitura de Salvador estão criando um ambiente que estimula novos negócios.
VENDA DA REFINARIA
A Petrobras habilitou apenas duas empresas para apresentar propostas para a compra da RLAM – Refinaria Landulpho Alves em Mataripe. Uma delas é a empresa chinesa Sinopec – Companhia Petroquímica da China que aparece em quinto lugar nas listas das 500 maiores empresas do mundo, segundo a publicação Forbes. A outra é o fundo de investimentos Mubadala Investment, de Abu Dhabi, que possui ativos de US$ 225 bilhões em mais de 30 países. A partir do dia 5 de março de 2020 até as 13 horas do dia seguinte essas empresas, que devem formar consórcios com outros players, podem apresentar propostas para a compra da RLAM.