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BAHIA PODE TER ‘NOVO ELDORADO’ SUCROENERGÉTICO E GERAR 30 MIL EMPREGOS INDIRETOS, APONTAM INVESTIDORES

Redação - 26/11/2019 19:25

Um novo Eldorado do setor sucroenergético. Essa é a visão de empresários, agrônomos, agentes de bancos de fomento e de fundos de investimentos que foram conhecer in loco a implantação de um Polo de Desenvolvimento Bioenergético e Sucroalcooleiro, aposta do Governo do Estado, para potencializar econômica e socialmente o Médio São Francisco baiano. Uma comitiva de negócios, chefiada pelo vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), esteve em Muquém do São Francisco e Barra do Rio Grande, na última semana, para atrair novos investidores para o projeto. O modelo bem sucedido da Agrovale, referência em agricultura irrigada no setor sucroalcooleiro em Juazeiro, também foi visitado.

A projeção é que o polo pode gerar 9,2 mil empregos diretos e mais 30 mil indiretos na região, nos próximos anos. Isto porque a primeira usina de cana-de-açúcar, de um total de 10 previstas para produção de etanol, açúcar e energia de biomassa, está sendo implantada em Muquém do São Francisco, pelo Grupo Paranhos. O protocolo de intenções assinado com a SDE prevê investimentos de R$ 107 milhões, com possibilidade de gerar 921 empregos diretos e até 3 mil empregos indiretos.

De acordo com Sergio Paranhos, presidente do Grupo, a usina vai dinamizar a economia regional e elevar até a pauta de exportações do Estado: “Além disso, a topografia favorável do terreno, o clima e a tecnologia de irrigação tornam o investimento viável”. A unidade industrial em implantação, além de já empregar a população local no plantio e na construção da usina, terá capacidade de produzir 1,9 milhões sacas/ano de açúcar, 9,4 mil m³/ano de etanol anidro e 9,4 mil m³/ano de etanol hidratado.

“Trouxemos usineiros de diversas partes do país, todos atestam que há viabilidade econômica. A qualidade da cana, do solo, os encantou. Temos a possibilidade concreta de implantar aqui mais indústrias sucroalcooleiras, onde serão fabricados açúcar, etanol e energia de biomassa – com o bagaço da cana. A Bahia, com todo esse potencial, importa esses insumos. Mas, se nosso mercado consumidor está aqui no estado, é aqui que vamos produzir”, destaca João Leão.

Para o vice-governador e titular da SDE, a intenção do polo é tornar a Bahia autossuficiente na produção sucroalcooleira em áreas irrigadas, diversificar o potencial energético da região, gerar emprego e descentralizar a arrecadação de ICMS no estado.

A Bahia hoje é o 10º estado na produção de cana-de-açúcar. O estado consumiu 800 mil m³ de etanol em 2018 e produziu apenas 10%. O consumo de açúcar é de cerca de 600 mil toneladas, entretanto, a produção baiana na safra 2017/2018 foi de apenas 160 mil/toneladas, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-açúcar e o Sindaçúcar.

 

 

Foto: Nilson Negrão

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