terça, 21 de janeiro de 2025
Euro 6.3027 Dólar 6.0863

PORTA-VOZ DO MBL É ACUSADO DE AGRESSÃO E RACISMO: ‘CRIOULA’

Redação - 11/11/2019 18:15 - Atualizado 11/11/2019

“É uma dor na alma que eu vou carregar pelo resto na vida”. A declaração é da cozinheira Eliana da Silva que foi agredida fisicamente e chamada de “crioula”, na noite de sábado (9), no bairro Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com o boletim de ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM), Thiago Loureiro Dayrell Costa, porta-voz do Movimento Brasil Livre (MBL) em Belo Horizonte, segurou Eliana pelo pescoço e deu um chute na perna direita dela. “Estou com o meu emocional abalado. Em pleno 2020 ter que passar por isso? Não tenho palavras para descrever”. As informações são do G1.

De acordo com a Assembleia Legislativa de Belo Horizonte (ALMG), Thiago foi nomeado para trabalhar no gabinete do deputado estadual Doorgal Andrada (PATRI) em 2 de fevereiro, mas foi exonerado dia 8 do mesmo mês. Ainda segundo o BO, Thiago estava acompanhado da namorada e bebia uma cerveja na parte externa do Takos Mexican Gastrobar e, em um determinado momento, entrou gritando na loja dizendo que o pedido estava demorando a ficar pronto. Ele arremessou um cartão de banco no rosto da operadora do caixa e pediu para ela cobrar: “Cobra essa p**** logo”. Nesse momento, Eliana interveio e pediu ao cliente que se acalmasse. De acordo com o BO ele gritou: “Não coloca a mão em mim sua crioula”.

O gerente do restaurante Takos, Eliezer Alves Rodrigues dos Santos, pediu que o cliente se retirasse do local. “Põe a mão em mim então”, disse Thiago que, ao sair da loja, colocou a mão em Eliezer o chamando para briga. Eliana intercedeu novamente para separar a confusão e foi agarrada pelo pescoço e levou um chute de Thiago. Segundo o BO, a briga foi separada por pessoas que estavam no local. Eliana que tem problema de pressão e diabetes passou mal e desmaiou. A PM foi chamada e os envolvidos levados para prestar depoimento na Polícia Civil. Eliana disse que vai levar o processo adiante por racismo e pela agressão física. “Que sirva de exemplo. A gente não pode ser conivente e abaixar a cabeça”, desabafou Eliana.

De acordo com a versão de Thiago Dayrell no BO, ele chegou ao local com a namorada no restaurante, pediu uma cerveja e uma refeição. O tempo estimado para a comida ficar pronta seria de 10 minutos. Passado esse tempo, ele questionou mais quantos minutos o pedido demoraria e foi informado que seria outros 20 minutos. Thiago então pediu ao garçom que fechasse a conta porque não iria aguardar. Quando chegou ao caixa para pagar disse a um garçom “que o atendimento era ridículo”. O funcionário teria dito “vai se f****, seu m****”. O garçom então puxou Thiago pelo braço e o colocou para fora do restaurante, com socos, chutes e com um empurrão que o derrubou no chão. A namorada pediu para que a briga parasse e eles conseguiram deixar o local. Thiago foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul.

Em nota, o Takos Mexican Bar informou que repudia toda e qualquer forma de preconceito, como o racismo, além de desrespeito ou violência. A empresa esclareceu, ainda, que está aguardando a apuração da polícia sobre o caso e colaborando com as informações necessárias.

 

Foto: Redes Sociais

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.