Bolsonaro falou após se reunir com secretário de Comércio dos EUA. Wilbur Ross disse que Brasil precisa evitar que termos do acordo com a UE prejudiquem possível acordo comercial com EUA. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (31) que “todo mundo está preocupado” com possíveis “armadilhas” nos termos do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. O receio é que as “armadilhas”, segundo ele, atrapalhem um acordo comercial do Brasil com os Estados Unidos.
Bolsonaro deu a declaração ao final de uma cerimônia de troca da guarda presidencial no Palácio do Planalto. Antes, ele teve uma audiência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur L. Ross Jr. Nesta terça-feira (30), em Washington, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que vai negociar um acordo com o Brasil. “Nós vamos trabalhar em um acordo de livre comércio com o Brasil. O Brasil é um grande parceiro. Nós amamos a relação com o Brasil”, afirmou.
Segundo Jair Bolsonaro, no encontro no Palácio do Planalto, o secretário Ross abordou a preocupação em relação a termos do acerto entre Mercosul e União Europeia que possam inviabilizar um eventual acordo comercial do Brasil com os EUA. “Todo mundo está preocupado com algumas armadilhas [no acordo Mercosul-União Europeia]. Todo mundo está preocupado com isso aí, que, talvez, possa ter no acordo do Mercosul algum problema em assinar o acordo com os Estados Unidos. Isso vai até em cima da questão de inteligência”, afirmou Bolsonaro.
Em visita ao Brasil, Ross manifestou essa preocupação nesta terça-feira (30), em São Paulo. Ele disse que o Brasil precisa garantir que nenhum termo do acerto entre o Mercosul e a União Europeia seja prejudicial a um possível acordo de livre comércio com os Estados Unidos. “É importante que não haja nada nesse acordo que seja contraditório com um acordo de livre comércio com os Estados Unidos”, disse a jornalistas após evento em São Paulo.
Segundo Bolsonaro, a audiência com Ross, nesta quarta, foi “excelente”, e o secretário manterá conversas sobre parcerias com os EUA com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Para Bolsonaro, o comércio com os EUA “está muito fraco”. O país é o segundo parceiro comercial do Brasil, atrás da China. “Acho que nosso comércio, dois países que [juntos] têm pouco mais de 500 milhões de habitantes, o comércio está muito fraco”, analisou Bolsonaro.