Bahia Econômica – A reforma da previdência é o principal tópico do projeto econômico do governo do presidente Jair Messias Bolsonaro. O projeto passou na câmara e tem grandes chances de passar no senado federal. O senhor acredita que a reforma da previdência vai ajudar a economia do país voltar a crescer?
Jorge Khoury – Eu acredito que sim. O Brasil tem um tempo de previdência hoje que precisa de uma atualização. Se você parar para pensar o tempo que a previdência foi instituída no Brasil e o tempo e as mudanças que ocorreram até chegar ao dia de hoje. Você vai perceber que ele precisava de um ajuste.
BE – O projeto atual com homens e mulheres aumentando o número de anos de trabalho e contribuição atende a questão do déficit que hoje da previdência é o maior do governo?
JK- Eu tenho minhas dúvidas se esse projeto do jeito que passou atende a 100% da demanda que o país necessita. Eu diria que ainda precisamos adequar algumas questões que beneficiem o micro e pequeno empreendedor como algumas taxas que se pagam no sistema previdência que oneram o empresário do Brasil. Porém eu diria que é melhor com ela do sem ela. Se passou alguma coisa já é bom e vai ajudar o país.
BE – Na Bahia e no Brasil, o micro e pequeno empreendedor sofrem muito com a burocracia imposta pelo governo. Em sua opinião quais os mecanismos de desburocratização o governo deve adotar para que esse gargalo seja eliminado?
JK – Na Bahia e no Brasil esse é um problema serio. O governo está criando mecanismos como o e-social e outros semelhantes que tem esse objetivo mesmo, porém a carga tributária ainda é gigantesca. Aliada a burocracia que também é grande inviabiliza muito o desenvolvimento sadio do empresário. Então para você empreender você tem custos com documentação enormes, perdesse um tempo enorme, e varias outras coisas. O Sebrae tem atuado nessa área visando criar mecanismos que ajudem o empreendedor. Tantos os diretórios locais como os diretórios estaduais tem buscado dialogar com o governo. O Sebrae tem um programa hoje chamado “cidade empreendedora” que entre vários eixos que ele trabalha um deles é a simplificação da burocracia
BE- O Sebrae também tem buscado essa desburocratização junto aos governos locais.
JK- A Bahia é um dos poucos estados onde existe uma frente parlamentar voltada para a desburocratização. Ela atua visando exatamente essa questão. Além disso, o SEBRAE atua junto a câmaras municipais e assembléia pelo Brasil todo visando exclusivamente adequar a legislação em vigência no local as necessidades importantes do empreendedor. Esse é um trabalho mais complicado, porém o SEBRAE está atuando de maneira efetiva buscando a melhor solução possível para o caso.
BE- O Programa E-social foi criado no governo Temer e atualizado no governo de Bolsonaro. Hoje ele é uma ferramenta que também entra nessa questão da burocratização ?
JK- Essa é um programa importante, porém também precisa ser mais simplificado. Hoje na equipe econômica do governo tem o Carlos Cintra que no passado foi um defensor do imposto único. Na minha opinião esse processo é que seria o ideal. Que no Brasil pudesse se pagar um imposto único para tudo. Porém enquanto esse projeto ainda está distante, tudo que nós temos tudo que nós pagamos pode ser simplificado, pode ser melhorado, pode ser melhor aplicado.