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MILTON CEDRAZ- A ETERNA CRISE BRASILEIRA

Redação - 03/07/2018 15:05

O Brasil imperial vivia, até certo ponto, em uma maré mansa, de um regime monárquico parlamentarista, governado por um estadista, fornido pela escola austríaca dos Habsburgo, quando, de repente, sofre um mambembe golpe de estado, restrito ao Rio de Janeiro, capitaneado por um punhado de oportunistas, Rui Babosa incluso.

 Em 1840, quando D. Pedro II subiu ao trono, 92% da população brasileira eram de analfabetos. Em 1889, ao ser deposto, legava o feito de tê-la reduzido para 56%. Tudo devido a seu grande incentivo à cultura e à obstinada vontade de tirar o império dessa triste situação, embora para uma nação, em início de formação, fosse perfeitamente compreensível! Para isso, determinou a implantação de numerosas escolas, país a fora, tendo como modelo o excelente colégio Pedro II. Determinou inclusive a implantação de faculdades.

Por sua política de incentivo à implantação de diversos serviços, no campo da infraestrutura básica, o Brasil, já em 1880, galgava a posição de 4ª economia do mundo e o nono maior império. Isso porque, a partir de 1860, a taxa de crescimento do país era de 8,81 em média, ao ano.  Em 1880, o número de impostos era de 14, enquanto hoje é de 98, com taxa de crescimento ridícula. De 1850, até a saída de Pedro II, a média da inflação era de 1,08% a.a. Por volta do ano de 1880, a moeda brasileira tinha o mesmo valor, tanto do dólar quanto da libra esterlina! Enquanto sua marinha atingia o patamar da segunda do mundo.

 Ao lado disso, o Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo do mundo, a partir de 1860 até 1889, a ter ensino especial para deficientes auditivos e visuais.

 Devido aos incentivos proporcionados pela politica econômica adotada pelo imperador Pedro II, o Brasil passou a ser o maior construtor de estradas de ferro do mundo, à época, com mais de 26 mil km implantados. Todos construídos e operados pela iniciativa privada, sem nenhum centavo do setor público!

 A credibilidade, na seriedade e competência da monarquia, era suficiente para que os empresários da época, especialmente os ingleses, continuassem investindo. Com isso, investiram em ferrovias, portos, transporte por cabotagem e urbano, energização das cidades, especialmente em iluminação pública. Até em limpeza pública, quando D. Pedro II incentivou o investidor francês Pedro Aleixo Gari, – daí a designação daqueles que trabalham na varrição das ruas de gari – a implantar um sistema de limpeza pública, no Rio de Janeiro, visto por ele na Europa.

Releve-se ainda que a marca registrada de D. Pedro II era a prática espartana, imposta por ele, em todas as atividades do império, costume, duramente criticado pela imprensa, livremente praticada, fato esse que, republicanamente, foi totalmente abolido pelos governantes que lhes seguiram. Tanto que a farra com dinheiro público tornou-se competitiva entre os poderes!

Se tivéssemos dado continuidade ao seu programa de ferrovias, hoje, seguramente, teríamos uma das maiores malhas ferroviárias do mundo e não teríamos um custo de transporte tão alto e tão ineficiente. Não teríamos, portanto, passado pelo vexame da chamada “greve dos fretes”. Por outro lado, toda a firme e gradual politica econômica praticada pelo império, veio abaixo com a politica econômica, de cunho populista, o “encilhamento”, instituída pelo Ministro da Fazenda da desabro chante república, Rui Barbosa. Resultado, um ano depois estourou a bolha e toda sólida política econômica construída pelo império, veio por agua abaixo.

São politicas econômicas destemperadas desse tipo que têm levado o Brasil aos descaminhos mais absurdos e à eterna pobreza, ignorância e, sobretudo, aos Prêmios Nobel da corrupção. Custos exorbitantes com parlamento, judiciário e, particularmente, com os excrementos produzidos pelos mais abjetos privilégios, num permanente acinte à pobreza por eles produzida, enquanto a caravana passa. Não é atoa que muitos ideólogos defendem um estado grande para permanecerem mamando em suas têtas, como o fazem agora, escorados em altos salários, penduricalhos e aposentadorias milionárias. Por outro lado, nunca se viu nenhum dos que se arvora em defender os pobres e necessitados, uma vez por eles eleitos, subir em tribunas e ir à imprensa, para denunciar o descalabro dessas absurdas e acintosas mordomias, das quais também desfrutam.

 Todos praticando, mansamente, o ditado popular de que “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Todos protegidos por legislações que os resguardam e os diferenciam dos demais. Principalmente aqueles que o Estatuto do Funcionalismo Público cobre com o manto dos privilégios, diferenciando-os dos pobres mortais que podem ser demitidos, ter o ponto cortado, trabalhar oito horas e não poucas horas semanais com salários astronômicos e mil mordomias, pagos com os impostos gerados por quem produz e não se locupleta.

Demonizam os produtores em geral, os rurais em especial. Quem afinal gera emprego sustentável? O governo gera empreguismo, isso sim! Não sustentável, por si próprio, mas sim, pelos impostos gerados pela produção e pelo consumo em geral.

Os próprios defensores do estado total, no final se transformarão em algozes das massas não privilegiadas.

O Brasil jamais crescerá, satisfatoriamente, nas mãos desses parasitas que, além do mais, surrupiam dinheiro público, de todas as formas, e, não satisfeitos com todas as mordomias que se auto atribuem, ainda roubam, descaradamente, com a complacência ou conluio do legislativo e dos tribunais diversos, em especial, das altas cortes do judiciário e dos parlamentos que, queiram ou não, são coniventes por também se enchafurdarem em toda sorte de privilégios e assim, agindo como qualquer indivíduo que compra produtos piratas.

A nossa cultura popular, sem ajuda deles, pelo menos nos levou aos prêmios Nobel do futebol, já que deles esperava-se os incentivos para gerar Nobel, na ciência, na literatura, na tecnologia e quejandos. Pelo contrário, o que se vê é o incentivo ao charlatanismo a partir de faculdades públicas e até universidade, onde sequer se tem corpo docente, devidamente preparado, muito menos recursos para fazê-las funcionar decentemente!

Por outra via, o corpo docente nacional, em sua grande parte, tem se dedicado a introduzir na mente de nossa juventude, não a luta pela ciência e tecnologia, mas sim, a destruição da capacidade de produzir ou mesmo de elevar a produtividade, o que nos impele para a permanente pobreza.

Política econômica e social que se respeita, deve ser medida pela capacidade de gerar emprego sustentável e não empreguismo rasteiro e uma politicagem que descambe em anarquia social. Que se adote valores que priorize o respeito à disciplina, à seriedade, à produtividade do trabalho e decência no comportamento social, sempre em busca de priorizar a meritocracia em todas as instâncias, tal qual praticam, permanentemente, os japoneses, por exemplo!

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