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COLUNA NO JORNAL A TARDE: ARMANDO AVENA – O NATAL E O COMÉRCIO NA BAHIA

Redação - 14/11/2019 10:34 - Atualizado 17/02/2020

Este será o melhor natal desde 2013. Não se trata de futurologia, mas de um conjunto de fatores que configuram o melhor cenário para o comércio nos últimos 6 anos. Nesse cenário, o nível dos juros e da inflação são os mais baixos da história,  o desemprego está queda e a liberação dos recursos do FGTS  e do 13º terceiro salário vão injetar dinheiro novo na economia. Mas gato escaldado tem medo de água fria e o empresário poderia dizer que os juros na ponta ainda permanecem altos, que o desemprego está caindo lentamente e que o trabalhador vai usar o FGTS e o 13º salário para pagar suas dívidas. O pessimista é sempre bem informado, mas se ele pesquisar melhor verá que a  oferta de crédito aumentou e que os juros do crédito pessoal estão se reduzindo; que o emprego cresceu na Bahia pelo oitavo mês consecutivo e que o trabalhador vai usar  o FGTS e 13º para pagar dívidas, mas com isso recupera  sua capacidade de endividamento. Além disso, os estoques nas lojas estão menores e o mercado já identificou uma espécie de demanda reprimida, não só porque a população cresceu, mas também porque existe a  necessidade de reposição dos bens, que se deterioraram nesses 6 anos, e porque está disseminada a ideia de que o quadro econômico está mudando e que o emprego está voltando. Em resumo, existe espaço para o aumento das vendas, mas para isso o lojista vai ter de ser mais ousado, pois o consumidor aprendeu com a crise e está cada vez mais cauteloso. Uma pesquisa recente, realizada pela CNDL e pelo SPC Brasil, indica que o número de brasileiros que pretendem ir às compras aumentou, mas que eles permanecem  indecisos em relação ao tamanho e o montante dessas compras. Ou seja, o cenário é propício, mas os lojistas vão ter de seduzir o consumidor – com oferta, preço baixo, bons vendedores e tudo o que for possível – para assim atraí-lo às compras. Tudo isso aponta para um crescimento nas vendas no Natal em cerca de 5% em relação ao ano passado, desempenho semelhante ao verificado em 2013. Na Bahia esse desempenho será mais difícil de alcançar, pois a população é mais pobre e o desemprego maior, mas essa desvantagem precisa ser superada com uma atitude mais agressiva por parte do lojista baiano.

A LIBERDADE DE LULA E A ECONOMIA

Diferente do que se pensa, a liberdade de Lula vai ser bom para o país e para a economia. Naturalmente, o ex-presidente vai mobilizar a militância contra o programa econômico do governo, mas isso faz parte da democracia.  Na verdade, Lula trouxe a oposição, que  estava desarticulada, de volta ao palco. Antes, o presidente Bolsonaro dominava a cena, fabricando crises e gerando declarações polêmicas. Agora, ele terá no ex-presidente Lula um contraponto e  um forte  crítico do programa liberal que está sendo implementado. Com isso, Bolsonaro, vai conter-se e concentrar-se na plataforma que sustenta seu governo: a retomada da economia.

INAUGURAÇÃO DO SENAI-CIMATEC PARK

A inauguração do Senai Cimatec Park na última segunda-feira pode dar novo alento à indústria baiana. Em primeiro lugar porque na Bahia a pesquisa sempre esteve dissociada da produção, enquanto no novo centro a integração é total. Depois, porque o Senai-Cimatec atua em vários campos da indústria, com  laboratórios próprios, desenvolvimento de projetos aplicados, validação de protótipos e tecnologias e operação de startups, entre outras. É uma enorme vantagem competitiva para Bahia e governo e prefeitura deveriam estabelecer uma política de atração de empresas tendo o  Senai Cimatec Park como um dos principais eixos.

Foto: Divulgação

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