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“A ECONOMIA NÃO FUNCIONA COM INCERTEZA”, AFIRMA ARMANDO AVENA SOBRE POSSÍVEL SAÍDA DE GUEDES

Redação - 27/04/2020 07:57 - Atualizado 27/04/2020

Após a saída de Henrique Mandetta do Ministério da Saúde e de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, as especulações sobre a saída de Paulo Guedes do Ministério da Economia aumentaram. Com isso, o Portal de notícias A TARDE entrou em contato com o economista Armando Avena para saber sua opinião. “A saída de Moro não influi diretamente na economia, mas ela influi de forma indireta, porque causa, em todo o processo, uma incerteza muito grande e a economia não funciona com incerteza. O que presidente está fazendo, ao demitir em pouco mais de uma semana, dois ministros, é dizer que a incerteza é enorme”, afirmou Avena.

O economista explica que “da mesma forma que Moro e Mandetta, Paulo Guedes está sendo fritado”, e isso ocorre a partir do momento que “Bolsonaro coloca um outro ministro, Rogério Marinho, para viabilizar um plano que é nitidamente diferente das ideias de Guedes”. “Ocorre a contradição de um presidente que diz que quer liberar a economia e com toda as crises fiscais e a necessidade de colocar recursos para o combate ao coronavírus,  inventa e aceita um plano, o Pró-Brasil, que é inexequível, porque não há recursos para colocá-lo em prática”, explica ele.

Armando Avena acrescenta ainda que Guedes está enfraquecido e que a posição dele no governo é frágil. Para ele, o rumo da economia depende de como a situação será administrada a partir de agora. O especialista defende que, com a pandemia de coronavírus, seria necessário reduzir a austeridade fiscal e injetar dinheiro na economia momentaneamente, para em seguida, voltar a austeridade fiscal, que seria exatamente o contrário do atual plano.

“Já se sabe que Bolsonaro quer o controle de todas as áreas. No entanto, ele não disse ainda com clareza o que ele pretende para a economia. Em plena pandemia de coronavírus, em que o que se tem que fazer é viabilizar recursos para a população sobreviver e num segundo momento tentar retomar o crescimento, ele lança esse plano estatizante [Pró-Brasil]. Tudo indica que ele trabalha apenas com a perspectiva de estar bem num momento seguinte para enfrentar o processo eleitoral e a economia não funciona assim”, destaca Avena.

“O grande problema é que a queda de Moro e Mandetta parece um sinal de que Guedes vai cair em seguida e isso vai trazer mais instabilidade, fazendo com que a bolsa caia e o dólar suba mais”.

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